quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Evolução




A primeira brasa do Campeonato Carioca de 2010 foi pulada pelo Vasco no sábado de carnaval. Embora não tenha feito uma partida brilhante, a equipe de São Januário mostrou mais volume de jogo e comprovou que Vágner Mancini sabe armar bem o time que dirige. E, passado o período carnavalesco, hoje o Vasco assiste ao embate entre Flamengo e Botafogo para saber contra quem decidirá a final do primeiro turno do Estadual.

O placar em 0 a 0 no tempo normal refletiu o equilíbrio entre as duas equipes - possibilitado em especial pelas falhas do poder ofensivo de Vasco e de Fluminense. Do lado vascaíno, Carlos Alberto e Dodô não conseguiam boas jogadas, pelas atuações discretíssimas de Souza e Léo Gago e, principalmente, pela falta de objetividade (em muitos momentos) de Philipe Coutinho. O Fluminense também tinha um problema no seu ataque: a escalação de Bruno Veiga como titular não deu certo, e as tabelas entre Conca e Fred não aconteceram.

A leve desigualdade entre as duas equipes ficou guardada para o segundo tempo. Nos primeiros minutos, os vascaínos se encolheram na defesa, e o tricolor pecava em insistir nas jogadas na sua direita, enquanto Júlio César ficava sozinho na lateral-esquerda, onde Élder Granja dava muitos espaços quando partia para o ataque. As melhores chances do jogo vieram neste período - numa delas, Fred driblou Fernando Prass mas infantilmente preferiu cair na área e cavar um pênalti. Por um instante, o poder de confiança do artilheiro se esvaiu na tentadora boa chance da marca de cal.

O Vasco melhorou depois das entradas de Rafael Carioca e de Magno, respectivamente nos lugares de um Souza que estava visivelmente cansado e de um Léo Gago perdido em campo. No entanto, as duas sensações que passavam perto do gol de Rafael eram as de que só vinha bola quadrada para o "artilheiro da Colina" Dodô e de que colocar Philipe Coutinho como atacante pode ser prejudicial para a equipe vascaína. Não é só pela idade de Dodô, mas o camisa 10 do Vasco não ter um companheiro na área pode complicar numa partida em que ele esteja bem marcado.

Após 90 minutos de equilíbrio e de "empate técnico" entre as equipes - Vasco superior como equipe e Fluminense com mais chances de gol, cinco delas perdidas por Fred - os pênaltis acabaram sendo o quesito decisivo na apuração do primeiro finalista da Taça Guanabara. E o Maracanã assistiu a uma harmonia nas primeiras dez cobranças de pênalti: todos os cinco batedores de Vasco e Fluminense bateram com categoria, sem chance para os goleiros Fernando Prass e Rafael. Nílton prosseguiu no ritmo das penalidades com um chutaço, mas Alan desafinou e fez com que o sonho tricolor virasse cinza antes mesmo de botar o bloco na rua.

A bola no travessão foi o símbolo de mais uma frustração do tricolor das Laranjeiras, que sempre desponta como favorito e acaba esbarrando em seus próprios erros nas competições que disputa. No quesito evolução, o credenciamento para a final da Taça Guanabara pode não ser ainda parâmetro para o decisivo retorno à Primeira Divisão em 2010. Mas, certamente, o Vasco demonstra muito mais conjunto e competitividade do que apresentou na Série B de 2009.

2 comentários:

Marcos Fontelles de Lima disse...

texto excelente, mas... discordo quando vc coloca como clássico equilibrado, pois como vc mesmo disse: o Fred perdeu cinco chances clara de gol.

Vinícius Faustini disse...

Marcos,

quando me refiro a equilíbrio, é porque cada time foi superior em um quesito. O Fluminense teve mais chances de gol, mas o Vasco superou o tricolor no volume de jogo.

Muito obrigado, de novo, pelo comentário.

Abraços,

Vinícius Faustini