A final da Taça Guanabara chamou atenção da torcida carioca por trazer um emaranhado de repetições e algumas surpresas para os torcedores de Vasco e Botafogo. A maior delas favoreceu os botafoguenses: pela segunda vez consecutiva, a equipe foi campeã do primeiro turno, após uma vitória por 2 a 0 (com gols de Fábio Ferreira e de Loco Abreu).
A possibilidade de repetição da goleada por 6 a 0 do Vasco (ocorrida na fase classificatória) logo foi rechaçada nos primeiros minutos. A partida pareceu bem mais equilibrada e nervosa - fato que comprova a ideia do Botafogo jogar melhor no Maracanã do que no Engenhão. Assim, ficava mais saborosa a ansiedade sobre quem repetiria o sucesso da semifinal e se sagraria campeão do turno do Campeonato Estadual.
O Vasco repetia as tentativas de toque de bola perto da área, e conseguia mais volume de jogo, graças a Philipe Coutinho e Carlos Alberto. No entanto, o menino de 17 anos elevado a gênio insistia em dois erros que comprometeriam as chances vascaínas: por várias vezes, vinham dribles sem objetividade, e sua insistência em jogar demais pelas laterais o deixava distante do companheiro de ataque Dodô.
Do lado botafoguense, o esquema de Joel Santana era seguido à risca. Equipe bem postada na defesa e lançamentos para a dupla de ataque Herrera e Loco Abreu tentar superar a defesa do Vasco. Uma forma de amenizar a carência de meio-de-campo que o Botafogo vive desde a saída de Maicosuel.
Entre altos e baixos, boas jogadas e pontapés, o estádio assistia ao equilíbrio (muitas vezes nivelado por baixo) do jogo. Até que uma surpresa fez a diferença. Na tão repetida jogada de bola parada numa cobrança de escanteio, o jogador mais confiável do Vasco da Gama hesitou. Fernando Prass saiu em falso e o zagueiro Fábio Ferreira subiu mais que o zagueiro Fernando para marcar o primeiro gol do Botafogo, aos 25.
A falha do camisa 1 vascaíno pareceu comprometer o restante da equipe. Logo em seguida, a "surpresa de sempre" Caio fez uma jogada no meio-de-campo e o volante Nílton exibiu a trava das chuteiras na perna do atacante. Cartão vermelho direto, e Vágner Mancini teve de rever o conceito de uma substituição constante dos jogos do Vasco - Magno, que havia entrado no lugar de Léo Gago, saiu para dar lugar a Rodrigo Pimpão.
Em vantagem no placar, o "Fogão" cozinhava o jogo em banho-maria e arranjava uma ou outra chance de gol. Até que a história se repetiu no clássico. Aos 38 minutos, mais uma bola alçada na área, mas o desfecho foi diferente. No meio do caminho, Titi puxou a camisa de Loco Abreu e o árbitro Marcelo de Lima Henrique (tão questionado por sua arbitragem na final da Taça Guanabara de 2008, o célebre 2 a 1 do Flamengo sobre o Botafogo que ficou marcado como "o clássico do chororô") marcou pênalti. O uruguaio Loco Abreu enlouqueceu ainda mais a torcida alvinegra.
Os botafoguenses, pela quinta vez consecutiva, farão parte da decisão do Campeonato Estadual (nos quatro anos anteriores, o time conseguiu uma conquista e três vice-campeonatos consecutivos). E Joel Santana tem a chance de repetir a tradição de, como treinador, ganhar um Campeonato Estadual.
Ainda há pela frente um segundo turno inteiro. Resta saber se o Botafogo repetirá a atitude do ano passado (ao permitir que algum adversário vença o segundo turno e faça a final do torneio contra ele) ou terá folego para repetir a conquista e logo apresentar ao Rio de Janeiro seu vencedor de 2010.
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BOLA PRO MATOA atitude do Internacional de colocar um time completamente reserva nas semifinais da Taça Fernando de Carvalho (comentada no post de ontem em
O tempo e o placar...) decretou uma surpresa no primeiro turno do Campeonato Gaúcho. O Novo Hamburgo venceu os colorados de virada por 2 a 1 - com um belíssimo gol de Chicão nos acréscimos da segunda etapa - e agora enfrenta os gremistas na final. Será que Silas vai pensar em poupar jogadores?
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