sábado, 29 de janeiro de 2011

Fraturas expostas




No contexto do futebol brasileiro, a demissão de Paulo César Gusmão soou como uma consequência natural da série de resultados desastrosos do Vasco no início de Campeonato Carioca. Demissão lógica, pois, apesar de ter em mãos um elenco de pouca qualidade, PC não mostrou pulso firme sobre sua equipe e, desde o Campeonato Brasileiro de 2010, o time vascaíno tinha uma postura retranqueira, de quem parecia satisfeito com empates (que foram muitos no Brasileirão). Mas a sequela do Estadual ficou ainda mais exposta, pois as estrelas Carlos Alberto e Felipe se tornaram negociáveis aos olhos da diretoria.

Após ser fundamental durante a disputa da Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro, Carlos Alberto se tornou ídolo da torcida do Vasco e símbolo do início da reestruturação do clube. A diretoria moveu mundos e fundos para comprar seu passe junto ao Werder Bremen, da Alemanha, e apostou todas as fichas em sua liderança como capitão. Entretanto, o ranço de imaturidade típico de passagens suas por outros clubes voltou a tomar conta de seu futebol, e seu espírito de luta deu espaço à série de lesões que demoravam um período acima do esperado para suas recuperações.

Formado nas divisões de base do clube, Felipe chegou junto com a recordação de uma geração vitoriosa que entre 1997 e 2000 ganhou uma Copa Mercosul, um Campeonato Estadual, dois Campeonatos Brasileiros e uma Taça Libertadores da América. Mas sua qualidade do passe e a habilidade para os dribles já não têm o mesmo encanto, pois foram superados por uma lentidão que se torna apatia em alguns momentos - caso do terceiro gol que o Vasco tomou do Nova Iguaçu, iniciado após um erro seu no qual ficou estático enquanto o adversário tentava uma jogada. E na derrota para o Boavista, o camisa 6 andava em campo, a ponto de ser substituído aos 34 minutos do primeiro tempo.

A certeza de que o Vasco perdeu sua identidade fica mais clara porque ambos no ano passado foram usados para favorecer o marketing do clube. Carlos Alberto e Felipe estiveram à frente da propaganda do projeto para arrecadar sócios "O Vasco é Meu". Abaixo, o vídeo:



Amanhã, um Vasco esfacelado enfrenta o arquirrival Flamengo, que vem embalado por três vitórias e pela expectativa de, na próxima quarta, passar a ter em campo Ronaldinho Gaúcho. Sem Carlos Alberto e Felipe, os vascaínos colocam em campo os limitados meias Enrico e Jéferson, e no banco de reservas o time terá o comando de Gaúcho. Um panorama provisório, ao menos enquanto não aparece nenhuma perspectiva de jogadores de qualidade para levantar de vez a equipe vascaína.

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