quinta-feira, 1 de julho de 2010

Mística brasileira



A crítica esportiva vem sendo quase unânime no coro de que a Seleção Brasileira que está neste momento na África do Sul se assemelha com o time da Copa do Mundo de 1994. E quis a tabela da Copa da África que um adversário passasse pelo trajeto brasileiro na mesma fase do mundial dos Estados Unidos.

Nas quartas-de-final daquela competição, o Brasil entrou em campo para enfrentar a Holanda. No entanto, teria pela frente mais um fantasma tão grande quanto a ausência de títulos já durar 24 anos. O início do "jejum" brasileiro acontecera graças ao "Carrossel Holandês" - time capitaneado pelo craque Johan Cruyff, que fascinou o mundo porque o esquema do técnico Rinus Michels colocava todos os jogadores para atacarem e defenderem com a mesma intensidade.



A Copa de 1974 trazia regulamento diferente da atual. As oito seleções classificadas da primeira fase se dividiam em dois grupos com quatro equipes, com o primeiro de cada grupo indo à final e o segundo brigando pelo consolo de vencer a decisão do terceiro lugar. A Seleção Brasileira tinha se desfigurado em relação ao time campeão de 1970. E o irresistível futebol da Laranja Mecânica derrubou o sonho brasileiro com uma vitória por 2 a 0, gols de Neeskens e do craque Johan Cruyff. Na disputa de terceiro lugar, o Brasil foi derrotado novamente, para a Polônia, por 1 a 0 (gol de Lato).



1994 teve um panorama diferente. Após uma primeira etapa sem gols, a Seleção Brasileira abriu 2 a 0 em 17 minutos do segundo tempo - com a dupla de ataque Romário e Bebeto. Entretanto, dois minutos depois a Holanda diminuiu com o craque Berkgramp e, aos 31, veio o empate holandês, com Winter. Aos 36 minutos do segundo tempo, veio gol de desempate do Brasil. Numa cobrança de falta, Branco acertou uma bomba da intermediária que tocar na trave antes de entrar na rede de De Goej. Estava sacramentado o 3 a 2 e a ida brasileira para as semifinais (feito que não acontecia desde 1978).

16 anos depois, Brasil e Holanda voltarão a se enfrentar, num novo continente, com novos jogadores, e com uma história para reescrever de cada lado. Do lado holandês, a "herança" do talento da Laranja Mecânica de 1974 (que se estendeu à edição de 1978) se une à ansiedade e à responsabilidade de não deixar repetir a frustração do "Carrossel Holandês" ter enguiçado quando mais precisava - em ambas as edições, os esquadrões da Holanda perderam em final de Copa do Mundo.

A Seleção Brasileira tem mais um indício da comparação com a Copa de 1994 para se inspirar neste ano. O time de Dunga pode ser idêntico ao que ganhou o tetracampeonato dos Estados Unidos e não ter a "magia brasileira" (como insinuou o craque holandês Johan Cruyff recentemente). Mas nunca se deve duvidar da mística do Brasil.

Um comentário:

Ángel R. disse...

Buenas, el de hoy será un gran partido, será igualado ya que las dos son grandes Selecciones, y las dos coinciden en que no mostraron su mejor fútbol. Saludos!
www.atleti1903.blogspot.com