sábado, 31 de julho de 2010

Sem pernas



Todos os times de pouca tradição no futebol nacional vibram quando conseguem chegar à Série A do Campeonato Brasileiro. Entretanto, alguns dão a impressão de que não têm fôlego para acompanhar o acesso ao qual foram credenciados. É o caso do atual lanterna do Brasileirão, o Atlético Goianiense, que não parece ter perspectiva de melhora em sua participação na elite do futebol.

O meteoro no qual se tornou a equipe goiana, que em dois anos subiu da Terceira para a Primeira Divisão, a cada rodada dá a impressão de que aconteceu de maneira prematura. O time se preparou para o Campeonato Brasileiro de 2010 com a mesma mentalidade que teve na Segunda Divisão. Manter uma base é bem válido, mas o investimento deveria ser superior a cogitar contratar jogadores limitados como Thiago Feltri, Anaílson e Rodrigo Tiuí.

As limitações são grandes adversárias do Atlético Goianiense a cada partida. Em alguns jogos, os atleticanos até conseguem jogar melhor do que seus rivais, mas tropeçam no fraco poder de fogo de seu ataque. A consequência disto é que jogadores que têm potencial de futebol - o lateral Dida, o meia Róbston e o atacante Juninho - são ofuscados, ao jogar com mediocridades como Márcio Gabriel e Pituca.

A diretoria do rubro-negro de Goiânia também não se esmerou tanto para dar um pouco mais de qualidade à equipe na elite do futebol. O time, que jogava conforme a violência das divisões inferiores, manteve-se violento nas mãos do técnico Geninho, pelas características que ele impõe às equipes que treina. Sete jogos depois, ele foi substituído por Roberto Fernandes no Brasileirão, outro técnico de estilo de jogo tipicamente destrutivo, que durou somente quatro partidas.

Apegado ao bom retrospecto que tinha no Serra Dourada, o Atlético também esqueceu que, ao jogar contra clubes de nível nacional, fatalmente ficaria com menor público nas arquibancadas. E, por mais que alguns jogadores estivessem acostumados a outros percalços, como atuar em campos esburacados e aturar as viagens longas em jogos das Séries B e C, a pressão dos estádios da Série A também faz muita diferença.

O Atlético Goianiense vem mostrando a cada rodada a dificuldade que é conseguir dar passos no futebol maiores do que as pernas de seu elenco. Sem muito dinheiro para investir e sem uma visibilidade tão interessante aos olhos de jogadores de melhor qualidade, o time goiano vai se remediando como pode, como foi com a recente contratação de Carlinhos Bala. Mas ainda falta muita coisa para que a equipe de Goiás tenha fôlego na disputa do Campeonato Brasileiro.

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