terça-feira, 6 de julho de 2010

Alternância, companheiro!



Antes desta crônica entrar no assunto, O tempo e o placar... deixa claro que não é favorável a uma intervenção do governo federal no futebol. Assim como João Saldanha, este blogue acredita que presidentes servem para escalar Ministérios. Entretanto, o presidente Lula foi muito feliz ao afirmar que seria relevante para a Confederação Brasileira de Futebol que houvesse uma mudança de comando a cada oito anos.

Há 21 anos, Ricardo Teixeira preside a CBF. Sua gestão apresenta acusações de nepotismo (o maior deles é ele ser genro de João Havelange, ex-presidente da CBF e da FIFA), uso do dinheiro da Confederação Brasileira de Futebol para financiar viagens de autoridades a países nos quais são realizadas competições da Seleção Brasileira, e até mesmo desvio de verba para financiar a própria choperia do atual presidente. Os casos foram pauta de mais de uma CPI - a maior delas, a CPI do Futebol - mas, supostamente, todas acabaram em pizza devido ao apoio de um bom número de deputados designado como "Bancada da Bola".

O litígio com os clubes brasileiros torna ainda mais esquisito Ricardo Teixeira conseguir pela quarta vez consecutiva se eleger presidente da CBF. Mesmo com a mal contada história de, após assinar com a fornecedora esportiva Nike em 1996, a confederação passar a ficar no vermelho ano após ano, a influência de Teixeira continua suficiente para ficar no cargo.

As participações da Seleção Brasileira nas Copas do Mundo de 2006 e de 2010 comprovaram que há algo errado no aparato que fica ao redor dos jogadores que vestem a camisa do Brasil. Por que não tentar um novo nome para a presidência da Confederação Brasileira de Futebol?

Numa análise sobre as equipes de futebol espalhadas pelo Brasil afora, também se comprova o amadorismo. É bem verdade que o Clube dos 13 tem boa parcela de culpa, pois apresenta muitos deslizes na função de organizar os principais clubes do país. No entanto, a CBF não contribui muito para que o panorama melhore. Afinal, é mais interessante manter uma certa subordinação.

Em seus oito anos de mandato, Lula pode ter cometido seus erros à frente da presidência do Brasil. Mas ele está certo ao sugerir uma alternância de poder para a Confederação Brasileira de Futebol. Seria um bom começo tirar o poder das mãos de Ricardo Teixeira. O mal que ele fez ao futebol brasileiro já foi mais que suficiente.

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