quarta-feira, 21 de julho de 2010

Falta de imigrantes



A crítica esportiva dedicou os últimos dias a tecer análises sobre a antecipação da inscrição de jogadores que vêm pela "janela" de meio de ano para disputar o Campeonato Brasileiro. Entretanto, outro fenômeno que era corriqueiro deste período de negociações apareceu timidamente no ano de 2010. Enquanto muitos brasileiros retornaram ao país após um período de exílio, a taxa de imigração caiu sensivelmente.

Até o momento, a média do número de atletas negociados com o exterior em relação aos 20 clubes que disputam o Brasileirão chega perto de um jogador por equipe. E o que chama atenção é que a lista dos que vão para fora não traz tantos jogadores de destaque. Os nomes mais famosos são a antiga dupla de ataque que formava o "Império do Amor" do Flamengo - Adriano e Vágner Love - na qual o primeiro acertou com a Roma, da Itália, e o segundo retorna para o russo CSKA após o fim do empréstimo. Em segundo plano, vêm André, atacante que despontou com a camisa do Santos no primeiro semestre e agora vai para o Dinamo de Kiev, da Ucrânia, o ex-palmeirense Cleiton Xavier, que também vai para o futebol ucraniano, mas para defender o Mentalist Kharkiv, e Philippe Coutinho, considerado joia do Vasco que vai defender as cores da Internazionale de Milão.

Completam a lista jogadores menos badalados, e alguns que amargavam a reserva no futebol brasileiro. A listagem traz nomes como o ex-lateral santista George Lucas, os zagueiros Léo Fortunato e Samuel (respectivamente de Cruzeiro e Atlético Mineiro), o volante Paulinho, que defendeu o Vasco, e o ex-atacante do Atlético Paranaense, Patrick. E o dado mais exótico é que nenhum deles vai para um clube de nível internacional. Os destinos geralmente são o Japão, a Turquia, e até o Azerbaidjão.

O futebol brasileiro teria ficado menos atraente aos olhos dos clubes de fora? Bom, a torcida ao menos espera que esta maré seja favorável para a valorização do Brasileirão, de preferência evitando que ele fique nivelado por baixo, como foi em algumas edições dos pontos corridos.

Um comentário:

Leonardo Valejo disse...

A cada ano que passa o futebol brasileiro serve mais e mais para exportar jogadores, não importando o destino. Só craques vão direto para um time de ponta.( Exemplos: Messi foi com 12 para o Barça e Neymar, com 18, tem proposta do Chelsea.)

E, na maioria das vezes, para conseguir ser profissional, o garoto tem que ser fatiado por empresários. Futebol está cada vez mais saindo do local que importa, o gramado.

Grande Abraço Vinícius