sexta-feira, 9 de julho de 2010

Coragem para renovar



Passado o período no qual palavras como "comprometimento" e "coerência" foram avassaladoramente substituídos por uma só palavra: "extremismo". A opção da comissão técnica de Dunga em lidar com seu selecionado foi exaustivamente debatido neste e em outros espaços dedicados a futebol. Recolhidos os cacos da eliminação na Copa do Mundo de 2010, uma nova palavra surge no dicionário da Seleção Brasileira: renovação.

Não foi apenas a ausência deste ou daquele jogador na lista de Dunga que tirou do Brasil a chance de ganhar sua sexta conquista. Ao então treinador da seleção faltou perceber que, por mais que sua equipe tenha colecionado bons resultados nas competições anteriores, seus jogadores também envelheceram. Não que o futebol tenha se perdido com o passar dos anos, mas numa Seleção Brasileira não dá para persistir em um jogador que vem em má fase somente por sentimentos como gratidão e confiança. Sem contar que, devido às competições anteriores e aos amistosos, o Brasil passou a revelar um futebol bem previsível.

A semifinalista Alemanha e a finalista Espanha comprovaram em suas atuações que não necessariamente a maturidade e a experiência fazem a diferença numa Copa do Mundo. Os insucessos de França e Itália, seleções cercadas de medalhões, fez cair por terra a teoria de levar quem tinha mais vivência na competição.

É bem verdade que não dá para restringir um teto de idade na Seleção Brasileira principal - para isto, já tem a Seleção Olímpica com seu limite de 23 anos. Mas muitos dos jogadores que estiveram na Copa do Mundo de 2010, infelizmente, não devem ser aproveitados na próxima Copa (são os casos dos zagueiros Lúcio, que terá 36 anos e Juan, que estará com 35 ou do volante Gilberto Silva, com 38 anos).

A falta de ter uma raiz deixada pelo treinador anterior pode ser até benéfica para a nova cara da Seleção Brasileira. O futuro técnico não precisará se ater a determinados jogadores somente por causa do nome ou por uma história que cada atleta teve com a camisa do Brasil.

Sem radicalismos, é hora do Brasil ter coragem de renovar seu futebol. A transição deve acontecer aos poucos, e dando preferência a jogadores com habilidade para a Copa do Mundo de 2014.

5 comentários:

Ricardo Theil disse...

Caro Vinicius, eu creio que a Itália foi eliminada porque justamente em seu país, existem muitos estrangeiros atuando em diversos clubes. Deveriam limitar, pelo menos para uns 5 estrangeiros para cada elenco. Eles não conseguiram renovar o seu plantel e foram massacrados na copa. Acho que, algumas seleções vão rever os seus conceitos e partirem para 2014 com uma outra visão. Vale ressaltar, que teremos a Eurocopa de 2012 e isso já vai auxiliar essas seleções que pretendem não decepcionar novamente a sua torcida.

Hélio Santos disse...

É vim aqui novamente participar do blog. Li o que o internauta anterior disse e também acho que a solução para algumas seleções europeias, seria a dimnuição de estranegiros no time titular. E também reduzir a entrada de jogadores da comunidade europeia. Muitos brasileiros, argentinos tiram o passaporte portugues ou espanhol e acabam jogando pois são considerados da C.E. Errado isso.

Saudações

Anônimo disse...

Por que as pessoas gostam de desvirtuar o assunto? O dono do blog estava falando da seleção brasileira, e já estão se preocupando com Itália e outros europeus. O Brasil perdeu, porque os brasileiros estão perdendo a sua identidade. Querem ser, o que nunca vão conseguir. Serem europeus, pensarem como europeus e falarem como europeus. Agora os atletas resolveram jogar como os europeus tambem. Que são defensivos e habilidade zero. Brasil Sil Sil

Jader

Vinícius Faustini disse...

Ricardo e Hélio,

sim, a Itália tem este problema de muitos jogadores que vêm do exterior. Acho que me expressei mal então, eu não queria ter atribuído apenas ao fato de ter poucos jogadores novos. Mas acho que, assim como a Seleção Brasileira, eles deveriam ter sangue novo sim. Nem que fosse pra ter vivência de Copa do Mundo. Obrigado pela participação de vocês.

Jader,

concordo e muito com você que o Brasil perdeu sua identidade, e que o próximo treinador precisa "reaver" esta brasilidade no campo. Naturalmente, isto não quer dizer que todo o futebol europeu seja descartável. Há jogadores de talento sim, por lá. Mas na Europa, de fato, há muito mais times "engessados" em esquemas que pensam somente no resultado, e tornam o futebol previsível. Apareça sempre em "O tempo e o placar..."!

Anônimo disse...

Sobre o Brasil, faltou brio do treinador da seleção e apostar em jogadores mais jovens que estão brilhando no mercado brasileiro. Não quer dizer que um atleta vai para o continente europeu, que significa que ele é superior aos demais. Enfim, só tenho a lamentar e espero que em 2014 tudo se resolva.

Itália, França pecaram porque não houve uma nova 'safra' no país. Principalmente na Itália, ficou claro a dificuldade dos italianos nesta copa e concordo com o Hélio que deveriam diminuir o número de estrangeiros no mesmo elenco.