quinta-feira, 29 de abril de 2010

Um nome na história



Análise de quarta - Vitória da Bahia 2 x 0 Vasco (Manoel Barradas, 21h50)

Não foi preciso muita categoria, não foi preciso tanto poder de fogo, não foi preciso usar a pressão da torcida no Barradão. No primeiro jogo das quartas-de-final, o Vitória teve somente um pouco mais de boa vontade para jogar. E, com gols de Renato e de Neto Berola, o rubro-negro saiu de campo com a vantagem de poder até perder por um gol de diferença que avança para as semifinais da Copa do Brasil.

Os baianos começaram sonolentos na partida, mas os vascaínos não sabiam aproveitar a postura do time de Ricardo Silva, e pouco atacavam. Timidamente, o Vitória foi adiantando sua marcação, deixando os vascaínos cada vez mais pressionados. Induzidos ao erro, os jogadores do time carioca cederam espaços, e vieram boas chances como o chute de fora da área de Elkesson e a bola na trave de Uelinton.

O Vasco pouco chegava, em especial pelas faltas seguidas que os rubro-negros faziam em Carlos Alberto. O time acabava investindo geralmente nos cruzamentos do lateral Ramon - num deles, Carlos Alberto cabeceou rente à trave de Viáfara. Mas o que se via era uma equipe sonolenta, e, num lance capital, desatenta. Élder Granja e Rafael Carioca se atrapalharam com a bola e, na sobra, veio um cruzamento para a área. Fernando Prass salvou cabeçada de Uelinton, mas Renato aproveitou a falha dos zagueiros e abriu o placar, aos 39.

Na segunda etapa, os vascaínos voltaram com um pouco mais de disposição, mas esbarravam em duas deficiências fundamentais: Carlos Alberto estar jogando com dificuldade, ainda se recuperando de uma contusão, e Philippe Coutinho estar em um mau dia. Apesar dos constantes ataques do Vasco, o Vitória permaneceu recuado e com a mesma tendência de parar as jogadas com faltas.

O Vasco teve mais oportunidades, uma bola na trave com Carlos Alberto e defesas importantes de Viáfara. Parece muito. Mas, diante do campo que o Vitória cedeu no segundo tempo, é bem abaixo do esperado para qualquer equipe de qualidade razoável. As substituições vascaínas servem como exemplo para ver os erros do clube na partida.

A saída de Coutinho era inevitável. Mas o atacante Robinho demonstrou em muitos jogos que não acrescenta em nada na equipe. A entrada de Dodô poderia até mudar alguma coisa - seria um toque de categoria a mais para os vascaínos. Mas o que ele vai fazer a 10 minutos do fim, com um time completamente apático, e entrando no lugar de Élton, o atacante mais lúcido do Vasco?

Após muitos erros nas conclusões a gol e uma infinidade de passes, aos 39 minutos o Vitória fez seu segundo gol. Júnior fez boa jogada pela esquerda e cruzou para o meio da área. Neto Berola chutou, a bola foi desviada em Thiago Martinelli e entrou no fundo da rede de Fernando Prass. E com o placar de 2 a 0, adiantaria alguma coisa a entrada de Magno no lugar de Léo Gago aos 41 minutos?

O Vitória vai ao Rio de Janeiro semana que vem com a vantagem de que apenas uma derrota por três gols elimina a equipe nos 90 minutos de partida. Vitória do Vasco por 2 a 0 leva a decisão para os pênaltis, e no caso do clube baiano fazer gols, os vascaínos precisam da diferença de três gols para eliminar o adversário. Mas talvez o rubro-negro não precise suar muito em São Januário.

A maneira como atuou no Manoel Barradas mostra que o Vasco não tem ambição de chegar longe nas competições que disputa. Ao contrário do Vitória, que, assim como um verso de seu hino diz, quer escrever "um nome na história". E comprovou em campo que quer escrever seu nome como campeão da Copa do Brasil de 2010.

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