domingo, 25 de abril de 2010

Embate contra os favoritismos



Não basta ser favorito, tem de ganhar em campo. Em especial no caso do Santos, que entrou em campo no Pacaembu tendo como adversário dois favoritismos. Um, conquistado nos gramados, com sonoras goleadas e vitórias muito convincentes sobre rivais de respeito. Outro, o de ser um time de tradição no estado de São Paulo contra o Santo André, que pela primeira vez chega a uma final de Campeonato Paulista.

A chegada dos dois times à final do Paulistão foi o desfecho mais justo - eram os dois primeiros colocados na fase classificatória da competição. E, de certa forma, a final colocou lado a lado duas vertentes do futebol brasileiro. O Santo André armado pelo técnico Sérgio Soares para não tomar gols, e o Santos sempre em busca do ataque no time treinado por Dorival Júnior.

Na primeira etapa, a marcação forte do Ramalhão foi superior. O trio formado por Paulo Henrique Ganso, Neymar e Robinho não conseguia fazer suas jogadas, e eles eram neutralizados pela força da zaga formada por Cesinha e Toninho. Mas seria injusto restringir o Santo André a um time defensivo. Mesmo com uma equipe de qualidade inferior aos santistas, o time do ABC paulista partiu para a frente e teve boas chances.

O gol veio apenas aos 34 minutos, quando Bruno César, de falta, colocou a bola no fundo da rede de Felipe. Empolgado com a vantagem, o Santo André teve outra chance com Rodriguinho, que chutou para fora. No primeiro tempo, a aplicação tática e algumas jogadas mais ríspidas saíram de campo na frente - beneficiadas por um gol de bola parada.

Neymar não voltou para o segundo tempo, por causa de uma lesão no olho. Só que Dorival Júnior tinha no banco o artilheiro do Santos no Campeonato Paulista. E graças a André, começou a reação santista - aproveitando jogada fantástica de Paulo Henrique Ganso. Três minutos depois, outro jogador que pouco apareceu nos 45 minutos iniciais foi decisivo. Robinho lançou Wesley que, aproveitando-se da desatenção da zaga adversária, marcou o gol da virada.

Aos 24 minutos, Robinho mais uma vez foi decisivo. Numa jogada que começou com André, Robinho fez uma tabela com Wesley e deixou o lateral na cara do gol, para fazer seu segundo na partida. Certamente, os torcedores santistas sentirão a falta dele no próximo domingo - Wesley levou seu terceiro cartão amarelo.

Já o Santo André sentiu a falta de Toninho a partir dos 29 minutos. O zagueiro, que no primeiro tempo recebeu cartão amarelo por reclamação, fez uma falta dura em André e acabou expulso. Mesmo com dez homens em campo, o Ramalhão se lançou ao ataque, aproveitando-se de um erro que o Santos não cometera em boa parte das suas partidas no ano: a acomodação após abrir dois gols de vantagem. A oito minutos do final, Gil deu um chute tão forte que, no rebote, Rodriguinho precisou apenas estar no lugar certo e na hora certa para diminuir a vantagem santista.

Com a vitória por 3 a 2, o Santos volta a campo domingo que vem no Pacaembu com a vantagem de poder perder até por um gol de diferença (devido à melhor campanha durante o campeonato). Mas Dorival Júnior sabe que se a equipe santista não jogar com seriedade, de nada vai adiantar todas as superioridades conquistadas durante o campeonato. E o Santos certamente não quer se tornar mais um dos muitos favoritos que sofreram uma derrota fatal.

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BOLA PRO MATO



ABC, CAMPEÃO ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE DE 2010

Na semana passada, O tempo e o placar... felicitou o Coritiba pela conquista do estadual do Paraná, como alento para o rebaixamento que ocorreu em 2009. Mais um time que passou por uma queda no ano passado sagrou-se campeão estadual em 2010 - o ABC, o melhor do Rio Grande do Norte.

Rebaixado para a Terceira Divisão, o ABC chegou ao seu título de número 51 no Rio Grande do Norte. Em duas partidas finais, o alvinegro venceu o Corínthians por 5 a 1, e, por causa da diferença de gols do primeiro jogo, a derrota por 2 a 1 não tirou o título da equipe. Agora, o desafio da Série C terá o apoio da torcida. Não é justo que o Rio Grande do Norte continue riscado do mapa do futebol brasileiro.

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