quarta-feira, 15 de julho de 2009

Segunda-feira 13





Se os filmes de terror costumam associar a sexta-feira 13 à data de situações macabras, para os treinadores do Brasil o dia 13 foi tenebroso por ser justamente numa segunda-feira. Três técnicos perderam seus cargos no dia seguinte a mais uma rodada de insucesso de cada clube que eles treinavam.

A única queda "esperada" veio do lado do Náutico. Após uma boa arrancada no início do Campeonato Brasileiro (chegando a estar entre os quatro melhores do Brasil), o Timbu entrou em vertiginosa decadência e na última rodada chegou ao penúltimo lugar do torneio. Márcio Bittencourt perdeu o cargo após a derrota por 4 a 1 para o Palmeiras e em seu lugar entrou Geninho. Apesar de seu nome ser um diminutivo de "gênio", aparentemente não há genialidade que salve o clube pernambucano de um fim trágico em dezembro.

Sim, é bem verdade que o Santos passou um verdadeiro vexame ao sair do Barradão com uma derrota por 6 a 2 para o Vitória da Bahia. Mas a demissão de Vágner Mancini foi um passo precipitado da diretoria santista. O time está em décimo-primeiro lugar (faixa de classificação para a Copa Sul-Americana) e vinha tentando buscar uma regularidade no torneio. Infelizmente, mais uma vez a diretoria do Peixe optou por sucumbir aos caprichos da torcida. Para evitar que o ataque de ovos podres dos torcedores respingassem em seus paletós, os dirigentes recorreram à saída mais fácil - mas nem por isso eficaz - de mudar de comando.

Mas a situação mais surpreendente veio das Laranjeiras. Depois do 1 a 0 sofrido para o Santo André no Engenhão, o técnico Carlos Alberto Parreira perdeu seu cargo de técnico do Fluminense. Nem mesmo seu vasto currículo (que inclui a Copa do Mundo de 1994) e o pedido de tempo para um trabalho a longo prazo foram suficientes para que ele prosseguisse no comando do tricolor. Agora, ele se junta a Vanderlei Luxemburgo, Muricy Ramalho e Nelsinho Baptista na lista de treinadores considerados "respeitáveis" que estão desempregados. Que sina!

A saída do Fluminense para encontrar um novo comandante foi bastante questionável. Em vez de buscar novos nomes, a diretoria decidiu efetivar Vinícius Eutrópio a técnico do clube. Vinícius está há alguns anos no tricolor, fazendo trabalho com divisões de base e também sendo auxiliar-técnico - o que pode ser valioso, pois ele conhece bem o universo da equipe carioca. No entanto, esta atitude pode trazer algumas dores de cabeça. Num eventual insucesso do time, Eutrópio corre o risco de ser despedido, e, além de ficar sem técnico, o Flu também não terá mais um auxiliar de confiança.

Passada a segunda-feira 13, torcida e técnicos esperam que não haja mais tanto rodízio no comando dos clubes. Caso contrário, a instabilidade proporcionada pela dança das cadeiras afetará as várias camisas do futebol brasileiro.

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