quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Noite do desempate



Na busca pela liderança da competição, Santos e Palmeiras enfrentaram os mesmos empecilhos nesta quarta-feira de Paulistão. Duelos fora de casa, contra times do interior de São Paulo que crescem quando atuam como mandantes e, para completar, os então líderes do Campeonato Paulista entraram em campo com desfalques. A diferença foi a postura das duas equipes contra as adversidades, que fez com que o Palmeiras terminasse a rodada como líder isolado da competição.

Se na Arena Barueri (domingo, diante do São Paulo) Adilson Batista foi bem-sucedido em sua estratégia, na partida de Campinas o treinador deixou o Santos exposto graças às suas invencionices de “Professor Pardal”. Com o zagueiro Edu Dracena, o lateral-esquerda Léo e o volante Adriano fazendo companhia aos demais ausentes, Adilson recorreu a improvisações para o Santos que iria atuar no Moisés Lucarelli. E, na base do improviso, o time santista se perdeu completamente em campo. Era zagueiro na lateral-direita, volante que começou em sua posição de origem deslocado para a lateral-esquerda, jogador que não sabia se era lateral ou ala. A impressão que o Santos dava era de que Adilson Batista fez a recomendação: “podem jogar de qualquer jeito, é só não deixar a dupla de ataque se mexer”.

De fato, Válber e Rômulo pouco apareciam na partida. Só que o time da Ponte Preta, bem armado por Gilson Kleina, chegava sempre com perigo – em especial nas investidas do meia Renatinho. Entre tantos espaços santistas, uma bola alçada por Mancuso encontrou Rômulo na área. De cabeça, o atacante abriu o placar para a Macaca aos 23. A cinco minutos do fim, um lampejo de Elano fez o Santos empatar o jogo. O meia avançou em direção à área adversária e foi derrubado na meia-lua. Com malandragem, ele induziu os ponte-pretanos a prestarem atenção em sua discussão com o árbitro Luiz Flávio de Oliveira. Quando os adversários deram conta, a bola já tinha encoberto a barreira e entrado no lado direito do gol.

Mesmo com o empate, o Santos continuou refém dos erros do “Professor Pardal” no segundo tempo. A Ponte continuou a dominar a partida, chegou ao segundo gol num pênalti cobrado por Renatinho e não parecia ameçada, em especial por estar com um jogador a mais – após o pênalti, Rafael foi expulso porque deixou a perna para derrubar o atacante Rômulo, que ia driblá-lo e fazer o gol. No entanto, mais uma vez os santistas foram salvos por Elano a cinco minutos do fim da etapa – depois de nova arrancada da intermediária, o meia deu passe de calcanhar para Maikon Leite chutar, empatando tanto o jogo quanto a briga dos dois pela artilharia (Elano e Maikon Leite estão com seis gols cada). Apesar do empate em 2 a 2, o Santos permanece invicto, e mesmo com o tropeço no Moisés Lucarelli está firme na briga pela liderança. Nada muito grave. Mas estas artimanhas de Adilson Batista podem se tornar armadilhas contra o sonho do título paulista, em especial quando o meia Elano não estiver em campo para salvar o time – caso do jogo da próxima rodada, contra o Santo André, na qual ele não atuará porque tomou o terceiro cartão amarelo.



A liderança isolada não veio com facilidade para o Palmeiras. O Mirassol justificou a quarta colocação que ostenta no Campeonato Paulista e vendeu caro a derrota. Primeiro, com a excelente participação do goleiro Fernando Leal, que fez pelo menos quatro defesas importantes nos primeiros dez minutos. Depois, com o equilíbrio que o Leão da Alta Araraquaense conseguiu no meio-de-campo, graças à atuação dos meias Jairo e Xuxa.

Mas o que ficou mais evidente no confronto de Mirassol foi como o Palmeiras padece com a ausência de seus titulares. João Vitor até consegue ter atuação satisfatória como volante, mas o trunfo das cobranças de falta de Marcos Assunção seria fundamental num jogo tão equilibrado quanto o desta quarta. Da tentativa de Luiz Felipe Scolari escalar três atacantes, Dinei ficou sumido no jogo, bem distante da habilidade de Valdívia, enquanto Adriano não convenceu como substituto de Kléber (suspenso pelo terceiro cartão amarelo). Coube ao lateral Cicinho novamente se destacar com a camisa palmeirense, fazendo jogada na direita e cruzando rasteiro para o talismã Patrik marcar aos 32. E o Palmeiras, em quem pouquíssimos apostavam no início do ano, chega à liderança do Paulistão e vai para o clássico diante do Corínthians com a moral elevada – tanto por sua situação no Estadual quanto pela eliminação corintiana na Libertadores. Um primeiro motivo de esperança para uma torcida tão carente de conquistas.

Um comentário:

Gol de Mão disse...

O palmeiras tem o elenco mais modesto dentre os 4 grandes e mesmo assim é o líder. Parece que Felipão e cia começam 2011 dando mais esperança a torcida alviverde.

Parabéns pelo post!

Equipe Blog Gol de Mão
www.bloggoldemao.blogspot.com