domingo, 6 de fevereiro de 2011

Ausência de liderança



O time que almeja chegar à liderança de uma competição precisa ter pelo menos um líder – geralmente o jogador de mais qualidade, carisma ou experiência – para passar tranquilidade aos demais companheiros. O exemplo disto foi o Santos. Se nas rodadas anteriores a equipe foi conseguindo resultados positivos (e no 2 a 2 com a Ponte Preta, na rodada anterior, superou erros táticos para não sair de campo derrotada), mesmo com superioridade técnica e pressionando insistentemente o Santo André, os santistas não passaram do empate em 1 a 1.

Sem Elano, suspenso, as ausências que assolam o time de Adilson Batista ficaram ainda mais acentuadas. Além do grande número de passes errados, o meio-de-campo do Santos era nulo (Felipe Anderson, por exemplo, só foi notado quando o técnico ordenou que ele “parasse de frescura”, em referência às tentativas de dribles mal-sucedidos) e sujeito a chutões. Quando vinham tentativas de jogadas na grande área, o Peixe padecia por um erro de seu treinador: para colocar em campo o estreante Diogo, atacante que veio do Flamengo, a escolha de Adilson foi poupar Keirrison. Por pior que esteja sua fase, K9 ao menos fica na área, ao contrário de Diogo e de Maikon Leite. Sobravam chutões para todos os lados, até que uma falha do goleiro Neneca – que saiu mal do gol em cobrança de escanteio – fez com que a bola sobrasse para Rodrigo Possebon, de primeira, empatar a partida.

O Santo André? A frase “a melhor defesa é o ataque”, resposta do técnico Pintado à repórter que perguntou como o time encararia o Santos, durou apenas cinco minutos. Tempo suficiente para Nunes cavar uma falta e, no rebote da cobrança, o chute de Marcelo Godri desviar em Rithely e enganar o goleiro Vladmir. No mais, mera retranca e a pouca tentativa de jogar nos contra-ataques frustrada em erros e mais erros. Panorama que justifica sua fraquíssima campanha no Campeonato Paulista – sete jogos, seis empates e uma derrota – e o contentamento de um jogador do Ramalhão, que ao final da partida comemorou o empate com, segundo ele, “o melhor time do campeonato”. O time da Vila Belmiro pode não ser o melhor do Paulistão. Mas tem muito mais disposição para jogar e tentar ultrapassar seus limites do que a equipe do ABC paulista. Até mesmo quando faltar uma liderança em campo.

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Publicado originalmente no blogue do jornalista Ledio Carmona.

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