terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Idolatria de bastidores
Os bandeirões das torcidas organizadas já se acostumaram a dividir a homenagem ao clube de coração com bandeiras menores estampando o rosto de grandes jogadores (e, em menor escala, de torcedores ilustres). Mas agora o Fluminense deu o pontapé inicial à idolatria a quem proporciona o elenco de estrelas que veste a camisa tricolor - Celso Barros, presidente da Unimed.
Afinal, ter nomes de qualidade como Conca, Deco, Fred e Emerson é um raro privilégio no cenário do futebol brasileiro - salários baixos (e muitas vezes pagos com atraso), crises internas e um panorama bem menos atraente financeiramente do que outros países. Com a Unimed, as quantias são exorbitantes e pagas no dia previsto. Além disto, o acordo com a empresa de planos saúde começou no ano de 1999, quando o clube estava na Série C do Campeonato Brasileiro. 11 anos depois, o tricolor se tornava o melhor do país.
Embora tenha grandes serviços prestados, não soa um exagero a homenagem a Celso Barros? Se a moda pegar, daqui a pouco teremos bandeiras dedicadas também a empresários de jogadores - e uma transferência de expectativas que hoje são para dentro de campo para quem está do lado de fora. Imagine se o empresário coloca determinado jogador num clube e, de repente, recebe por ele uma proposta melhor financeiramente (algo corriqueiro no futebol de hoje). Certamente, o empresário também será designado como "mercenário".
Talvez esteja começando uma nova tendência do futebol brasileiro. Em vez de torcer por determinado clube, fique mais cômodo torcer pelas boas atitudes de empresários no mercado da bola. Ônus do profissionalismo.
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