quinta-feira, 2 de julho de 2009
Redenção em branco e preto
Nem Nilmar, nem Ronaldo. O nome da finalíssima entre Internacional e Corínthians, no Beira-Rio, veio pela esquerda do alvinegro paulista. Três dias depois de sua última fraca atuação com a camisa da Seleção Brasileira na Copa das Confederações, o lateral André Santos se consagrou diante da torcida corintiana, ao fazer parte dos dois gols do Timão na noite. No primeiro, ao cruzar na cabeça de Jorge Henrique para o atacante abrir o placar. No segundo, aproveitando passe de Ronaldo para entrar na área e chutar nas redes do goleiro Lauro. Nem mesmo os dois gols de Alecsandro na segunda etapa seriam suficientes para tirar da equipe de São Paulo o seu terceiro título da Copa do Brasil (os outros foram em 1995 e em 2002).
Contratado ao Figueirense em 2008 (após passagens por clubes como Flamengo e Atlético Mineiro), André Santos já havia se destacado na Copa do Brasil daquele ano - quando o Corínthians foi derrotado pelo Sport na final - e ajudou a equipe a vencer a Série B do Campeonato Brasileiro. E ele foi um dos que mais ganhou com o grande trabalho proporcionado por Mano Menezes desde o ano passado. Na conquista do Campeonato Paulista de 2009, André ganhou o prêmio de lateral-esquerdo da competição e chamou a atenção de Dunga, que o escolheu para ser reserva de Kléber - curiosamente, seu adversário ontem, com a camisa do Internacional.
Sua boa atuação no Beira-Rio foi crucial para a história da Copa do Brasil deste ano. O cruzamento para Jorge Henrique veio no momento em que o Inter parecia mais próximo do gol. E, com a desvantagem no placar, os gaúchos precisariam fazer no mínimo quatro gols para tirar o título do Corínthians. Quando a torcida e a equipe coloradas estavam recuperando suas forças para voltar à busca, o pé esquerdo de André Santos acertou novamente. Desta vez, o gol. Chutaço que começou a fazer os corintianos arriscarem um "é campeão" ainda no primeiro tempo.
Na segunda etapa, Tite ousou em seu esquema, trocando o volante Glaydson pelo atacante Alecsandro. O reserva manteve a dignidade do Internacional e mostrou a característica que a equipe vem demonstrando neste ano: a de ter ótimas peças de reposição. Ele fez os dois gols que empataram a partida. Insuficientes para o título, mas que pelo menos mantiveram a imagem de time competitivo que o colorado tem.
Um 2 a 2 bem disputado, com chances perdidas dos dois lados e catimbas dignas de uma decisão entre paulistas e gaúchos. E em meio a tantos ingredientes, foi preciso que o reforço chegasse da África do Sul a tempo de voltar a vestir a camisa corintiana no jogo final do torneio. E, pelo visto, se a amarelinha da Seleção Brasileira ainda não foi o uniforme adequado na Copa das Confederações, a redenção veio em branco e preto para André Santos no último jogo da Copa do Brasil.
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