quinta-feira, 30 de abril de 2009

Palmeiras se classifica superando as pressões no Chile



No Estádio Monumental de Santiago, o Palmeiras superou a pressão da torcida chilena, a perda dos jogadores Pierre e Diego Souza e a expulsão de Marcão e saiu do Chile com uma vitória por 1 a 0 diante do Colo-Colo. Graças ao gol de Cleiton Xavier, aos 42 minutos do segundo o tempo, o alviverde agora está classificado para as oitavas-de-final da Taça Libertadores da América.

Depois de um início hesitante no torneio, na qual não conseguiu vencer nenhum jogo em casa, o Palmeiras chegou ao Chile precisando da vitória diante do Colo-Colo. A intenção do treinador Wanderley Luxemburgo era o time fazer uma boa marcação no primeiro tempo para, na segunda etapa, buscar o resultado positivo.

O primeiro ataque veio do lado alviverde, a um minuto e 16 de partida, em cruzamento de Cleiton Xavier neutralizado pela zaga. O Colo-Colo respondeu através de Barrios, que tentou passar por um marcador e acabou jogando a bola na linha de fundo. Dois minutos depois, em uma cobrança de escanteio a bola sobrou para Carranza e Marcos espalmou para escanteio, mas a arbitragem assinalou impedimento.

Embora a marcação conseguisse segurar o Colo-Colo na intermediária adversária, o Palmeiras não acertava passes para chegar ao ataque. A primeira boa chance do time brasileiro veio aos 13, numa arrancada pela esquerda de Armero que Cleiton Xavier tentou concluir de carrinho, mas a bola foi para fora. Dois minutos depois, o Colo-Colo perdeu seu camisa 10, Torres, contundido. Em seu lugar, o técnico Gualberto Jara colocou o jogador Caroca. Nos primeiros 20 minutos, a partida no Chile apresentava uma sucessão de erros de passes. As poucas tentativas vinham através de lances de bola parada.

O Colo-Colo sentia a ausência de Torres e, aos poucos, dava espaços para o Palmeiras. Aos 23, Maurício Ramos encontrou Keirrison livre na entrada da área. O artilheiro K9 acertou um belo chute, mas continuou com o jejum de gols graças ao travessão. Dois minutos depois, o atacante chegou livre na direita, mas Diego Souza errou na hora de passar e desperdiçou ótimo contra-ataque. Em outra tentativa por este lado, Diego tinha as opções de Keirrison e Armero na área, mas arriscou um chute e pegou fraco na bola, facilitando o corte da defesa.

Aos 28, num erro de Rufio, Keirrison entrou livre na área e deu um bom chute, mas explodiu na trave esquerda de Muñoz a chance do Palmeiras abrir o placar no Monumental de Santiago. Cinco minutos depois, finalmente o Colo-Colo ameaçou o gol de Marcos. Figueroa aproveitou o contra-ataque e, da direita, tocou para Barrios. O atacante do time chileno tentou chutar na esquerda, mas a bola passou rente à trave.

O Palmeiras respondeu aos 36, em lançamento de Wendel que passou por Keirrison e Armera. Em novas tentativas de cobrança de falta, o Colo-Colo esteve perto de abrir o placar. Carranza lançou na área, Figueroa conseguiu desviar, mas Marcos estava atento para fazer a defesa aos 43. Dois minutos depois, uma cobrança de falta de Carranza gerou contra-ataque palmeirense. Pierre lançou Wendel, que na entrada da área tocou para Keirrison. Mas, na hora de concluir, o chute de K9 saiu muito fraco.

O primeiro tempo terminou mesmo em 0 a 0, placar que ainda era desfavorável para as ambições palmeirenses na Taça Libertadores da América. Seguindo sua estratégia, Wanderley Luxemburdo iniciou a etapa final escalando Williams para fazer companhia a Keirrison no ataque. O atacante, que vinha de uma contusão, entrou no lugar de Wendel.

Aos três minutos, o Colo-Colo teve a primeira chance do segundo tempo. Carranza cobrou falta na direita e Danilo precisou cabeçear para escanteio. Precisando da vitória, aos poucos o Palmeiras foi expondo sua defesa. O time chileno aproveitou os buracos no lado esquerdo e teve três chances, aos 10, aos 12 e aos 13 minutos. Nesta última, Pierre errou o corte a um escanteio e a bola sobrou para Barrios. O volante se recuperou a tempo de evitar a conclusão do atacante.

Entretanto, o Palmeiras perderia dois jogadores importantes em poucos minutos. Contundido, Pierre deu lugar a Evandro, aos 14. Após levar cartão amarelo aos 15, o zagueiro Marcão fez nova falta dura em Figueroa e foi expulso dois minutos depois. O Colo-Colo teve nova alteração aos 19: Jara entrou em lugar de Meléndez. A equipe chilena se mantinha fechada, e parecia satisfeita com o empate no Monumental de Santiago.

O recuo chileno proporcionou a chegada de Souza, que deu uma arrancada na direita e tentou cruzar rasteiro, mas a bola parou nas mãos de Muñoz, aos 23. Dois minutos depois, em jogada de bola parada, Keirrison recuperou cruzamento errado de Cleiton Xavier e lançou para o meio da área. Diego Souza tentou uma bicicleta, mas não achou a bola. O Colo-Colo respondeu aos 27, em chute de Millar que passou à esquerda de Marcos.

A 15 minutos do fim, a equipe do Chile tentava cadenciar o jogo, e o Palmeiras não conseguia tomar a bola para tentar o gol no contra-ataque. Aos 31, Carranza buscou jogada na área palmeirense, mas Souza cortou para escanteio. O alviverde paulista passou a pressionar, conseguindo constantes cobranças de falta e de escanteio, nas quais a bola sempre para nos zagueiros do Colo-Colo.

O jogo ganhava contornos mais dramáticos quando o Palmeiras perdia mais um jogador de destaque. Passando muito mal, Diego Souza teve ser substituído por Ortigoza. No minuto seguinte, Ortigoza encontrou Williams livre na entrada da área, mas o chute do atacante esbarrou na ótima defesa de Muñoz. Em seguida, o time do Chile queimou sua última alteração, colocando o zagueiro González no lugar do atacante Carranza.

O Palmeiras continuava desperdiçando chances, como a de Maurício Ramos aos 41, quando através dos pés de Cleiton Xavier conseguiu furar o bloqueio do Colo-Colo. O camisa 10 não se intimidou com a marcação de três jogadores e deu um chute da intermediária. A bola acertou o ângulo de Muñoz, fazendo 1 a 0 para o alviverde aos 42 minutos.

Em adversidade no placar, o Colo-Colo partiu para o ataque desesperadamente, e a equipe paulista se fechava, tentando garantir a vitória. Aos 48 minutos, o árbitro Carlos Torres encerrou a partida, classificando o Palmeiras para as oitavas-de-final da Libertadores.

A festa brasileira agora está completa na próxima fase da Libertadores. O Palmeiras agora fará companhia a Sport, Cruzeiro, São Paulo e Grêmio no grupo de representantes brasileiros que segue na disputa pelo título sul-americano. Mais pressões estão por vir nesta caminhada.

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COLO-COLO (CHI) 0x1 PALMEIRAS


Estádio: Monumental de Santiago (no Chile).

Árbitro: Carlos Torres (do Paraguai).

Gol: Cleiton Xavier, aos 42 minutos do segundo tempo.

Cartões amarelos: Caroca, Figueroa, Millar (Colo-Colo), Marcão, Maurício Ramos e Williams (Palmeiras).

Expulsão: Marcão (Palmeiras).

COLO-COLO - Muñoz, Figueroa, Mena, Riffo e Salcedo; Melendez (Jara), Sanhueza, Millar e Torres (Caroca); Carranza (Gonzalez) e Barrios. Técnico: Gualberto Jara.

PALMEIRAS - Marcos, Maurício Ramos, Danilo e Marcão; Wendel (Willians), Pierre (Evandro), Souza, Cleiton Xavier, Diego Souza (Ortigoza) e Armero; Keirrison. Técnico: Wanderley Luxemburgo.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Galo cercado de raposas por todos os lados



Na primeira decisão do Campeonato Mineiro, o Cruzeiro colocou na prática sua superioridade técnica em relação ao rival Atlético Mineiro, numa incontestável goleada por 5 a 0. Com o placar, o time azul tem a vantagem de perder até por uma diferença de quatro gols que leva para a Toca da Raposa mais um título de melhor de Minas Gerais.

Sim, a tarefa ficou bem difícil para o Galo. No entanto, chama atenção que uma pessoa ligada ao futebol sacramente que o título já é um sonho perdido para o lado atleticano. Em um comentário na mesa redonda Bola na rede, do canal Rede TV!, o ex-goleiro Ronaldo fez um curioso apelo para "desconvocar" a torcida do Atlético. O comentarista afirmou que não adianta ir ao Mineirão no próximo domingo, pois o time alvinegro não tem mais nenhuma chance de ser o campeão de Minas.

Mais do que um pretenso profeta do futebol nacional (alguns ex-jogadores andam sendo convocados à bancada de mesas redondas dos diversos canais de TV aberta e fechadas, com a intenção de mostrarem que ainda estão envolvidos com o futebol), Ronaldo parece esquecer o esporte pelo qual fez carreira. Por mais que o futebol tenha consolidado a ideia de buscar somente o resultado em detrimento do espetáculo, os acasos protegem ou expõem muitas equipes nas partidas que acontecem por aí.

Torcedores como os do Criciúma, do Santo André ou do Paulista de Jundiaí por acaso deveriam jogar a toalha por disputarem uma Copa do Brasil, somente porque eram menos famosos que seus adversários? O América do México podia esquecer a vaga da Taça Libertadores quando levou um 4 a 2 do Flamengo em território mexicano? Ou, no intervalo da final da Copa Mercosul, o Vasco não precisaria mais voltar no segundo tempo depois de terminar o primeiro com uma derrota por 3 a 0 para o Palmeiras em pleno Parque Antarctica, pois não teria como virar para 4 a 3 em 45 minutos?

O ex-goleiro esquece que o torcedor não tem interesse somente em ver uma disputa de título. O que o faz, de fato, torcer para um clube, é uma identificação, uma admiração que se torna ainda mais bonita quando, mesmo sabendo da quase impossibilidade em vencer por cinco ou mais gols de vantagem um rival superior tecnicamente e em plena final de campeonato, a torcida comparece e canta pelos 11 jogadores que vestem o uniforme de um time.

Bem, de fato, o Galo está cercado de raposas por todos os lados. "Raposas" talentosíssimas como Ramires, Kléber, Thiago Ribeiro e até o hoje reserva Wellington Paulista. Mas a astúcia de jogadores como Diego Tardelli (no post de hoje, em um registro que simboliza o momento atleticano no Estadual) ainda pode encontrar um atalho rumo ao título de Minas.

Nelson Rodrigues afirmou uma vez que "as goleadas são perigosas", e ele dizia que queria que seu Fluminense ganhasse todas as partidas pelo placar de 1 a 0, ou até de meio a zero. Os 5 a 0 do Cruzeiro revelam o primor do time comandado por Adilson Batista e as fragilidades do Atlético treinado por Emerson Leão. Só que o futebol de vez em quando apresenta seus acasos (até os que contrariam comentaristas), e eles podem passear também pelo Mineirão.

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BOLA PRO MATO

Depois da moda de muitos jogadores se atirarem na área somente para cavar um pênalti, o árbitro Carlos Eugênio Simon cometeu um grave deslize ao marcar uma penalidade máxima quando o jogador Edu Sales, do Ceará, tropeçou diante de um jogador do Fortaleza que estava a quase meio metro de distância dele. Pior do que o erro, é ver um juiz da FIFA persistir na certeza mesmo com a comprovação de que ele estava errado. E o incidente da primeira partida do Campeonato Cearense fica mais estapafúrdio quando o zagueiro Silvio, do Fortaleza, "admite" ter derrubado o jogador do Ceará. Coisas que só acontecem nas quatro linhas!

terça-feira, 28 de abril de 2009

A humilhante truculência



Desde a Copa do Mundo de 1982 que o futebol, aos poucos, foi mudando sua maneira de ser jogado em todos os campos do mundo. Nos gramados da Espanha, o "futebol arte" da Seleção Brasileira foi mandado mais cedo para casa, derrotado diante de uma Itália que aplicava um futebol burocrático, que priorizava o resultado, independente da maneira como se chegou a ele. Aos poucos, o Brasil também se adaptou a este esquema iniciado pelos italianos. Hoje, o que se vê também nos times daqui são formações recheadas de zagueiros e volantes - e algumas vezes tendo um jogador solitário no ataque.

Além dos placares ficarem mais minguados, ficou minguado também o pensamento dos artistas do espetáculo - que cada vez mais tendem a abandonar a ideia da arte no futebol. Sim, é bem verdade que ainda aparecem jogadores de destaque, capazes de encher os olhos com lindos lances. No entanto, eles são sufocados por atitudes mesquinhas de adversários, que recorrem a um controverso argumento para justificarem o uso da força, muitas vezes desproporcional.

Foi o caso do lateral-esquerdo Juan no empate de seu time, o Flamengo, com o Botafogo de Maicosuel (o "algoz" ou a "vítima", depende do ponto de vista do espectador). O camisa 10 alvinegro se desvencilhou do lateral na esquerda com um drible, e foi parado com falta. Com o meia caído, Juan se atirou no adversário e disse palavras que, na coletiva de imprensa, definiu como "pedido de respeito" e a maneira de impedir que ele fizesse "gracinha".

É curioso Juan definir sua conduta no Maracanã como uma forma de exigir respeito. Não se costuma dizer, em caso de uma agressão, que o agressor "partiu para a ignorância"? E a ignorância só não teve uma consequência maior para o rubro-negro porque o árbitro Rodrigo Nunes de Sá puxou somente o cartão amarelo. Caso contrário, o camisa 6 faria bastante falta ao Flamengo na partida decisiva pelo título de campeão do Rio de Janeiro, a ser realizada no próximo domingo.



De fato, o futebol atual no Brasil parece mesmo querer se privar dos lances inusitados que o consagraram aos olhos do mundo. Cerca de dois anos atrás, de Minas Gerais veio um lance ainda mais espantoso que o drible de Maicosuel. O atacante Kerlon, que defendia o Cruzeiro, inventou o "drible da foca", no qual ele deixava a bola na altura do nariz e ficava equilibrando até passar por um jogador que o estivesse marcando. Seu marcador, o lateral Coelho, do Atlético Mineiro, o parou com uma falta violenta, pelo mesmo argumento do flamenguista Juan: considerou a jogada uma "humilhação".



O eixo Rio-São Paulo apresentou no final do século XX dois momentos nos quais embaixadinhas do jogador de um time foram levadas como ofensa pessoal ao outro. No ano de 1999, o Corínthians tinha acabado de conseguir empatar em 2 a 2 uma partida contra o Palmeiras quando Edílson, ao pegar a bola, realizou alguns malabarismos. Em seguida, o lateral Júnior, o meia Zinho e o atacante Paulo Nunes partiram para cima dele e distribuíram socos e pontapés, numa confusão generalizada que manchou a final do Morumbi. Em 2000, o Vasco vencia o Flamengo por 5 a 1 na final da Taça Guanabara e o meia vascaíno Pedrinho repetiu o feito de Edílson, partindo no meio-de-campo equilibrando a bola. Os torcedores rubro-negros enxergaram como desrespeito sua atitude.

A expressão "respeitar o adversário" vem sendo muito difundida no cenário futebolístico, como forma de evitar a motivação ao adversário por alguma declaração infeliz. No entanto, isto não inclui um drible ou uma jogada bonita. Principalmente se o atleta que foi coadjuvante no lance resolva roubar a cena partindo para uma atitude truculenta.

Sim, o ditado "respeito é bom e a gente gosta" sempre é válido. Mas as torcidas gostam ainda mais de ver seus jogadores sem medo de arriscar uma boa jogada em campo. E jamais seria humilhante um lance bonito do outro lado. Humilhante mesmo é ver a arte do futebol que tanto consagrou o Brasil hoje ser definida por botinudos como "gracinha". É através do antijogo que o futebol nacional a cada partida vem perdendo a graça.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Gol contra empata a decisão carioca



Pela segunda vez em duas semanas, o zagueiro Emerson prejudicou o Botafogo com a infelicidade de um gol contra. Superior durante todo o jogo, o alvinegro vencia por 2 a 1 até os 39 minutos da segunda etapa - quando um desvio dele empatou a partida. O placar de 2 a 2 faz com que a disputa entre Flamengo e Botafogo continue em igualdade na partida decisiva. O Botafogo é que pode sair desfavorecido, se o meia Maicosuel e o atacante Reinaldo não se recuperarem a tempo das contusões que os tiraram da partida de ontem.

Depois da catimba entre os times, que se recusavam a mostrar a escalação antes do adversário, Botafogo e Flamengo entraram em campo ao mesmo tempo. Cuca e Ney Franco, então, mostraram suas "novidades" para suprir os desfalques. Sem Airton, vetado por contusão, o treinador rubro-negro escalou Wellinton. No lugar de Thiaguinho, expulso na final da Taça Rio, Ney Franco decidiu iniciar a partida com Eduardo (em seu primeiro jogo na temporada).

No primeiro minuto, Kléberson deu o primeiro chute do clássico, mas a bola saiu fraca, à direita do gol de Renan. Dois minutos depois, o Botafogo respondeu. Em jogada iniciada por Eduardo, Victor Simões arriscou também de fora da área, à direita do gol de Bruno. Na jogada seguinte, Maicosuel chegou com perigo na direita botafoguense e Williams o parou com falta. O próprio camisa 10 fez um cruzamento para a área e obrigou Bruno a espalmar para frente. Juan tentou aproveitar o ataque, mas a zaga do Botafogo neutralizou.

Aos sete, nova tentativa de fora da área do Botafogo. Ao pegar um rebote de uma jogada, Alessandro encheu o pé, mas a bola passou por cima. O bombardeio alvinegro continuou aos nove, com uma bola de Leandro Guerreiro salva por Ronaldo Angelim e, em seguida, com um chute rasteiro de Reinaldo que Bruno foi obrigado a espalmar.

Aos 13, Bruno mais uma vez salvou o Flamengo, ao cortar um cruzamento de Maicosuel na direita. Um minuto depois, o time rubro-negro respondeu com um chute de Kléberson que Renan encaixou com dificuldade. Aos 15, Léo Moura cobrou falta que Maicosuel fez em Ibson, a bola passou por Ronaldo Angelim e Juan emendou de fora da área, por cima do travessão.

Aos 19, Williams foi desarmado por Reinaldo mas a bola sobrou para Emerson. O atacante passou por um zagueiro e encontrou Juan na área. O lateral dominou a bola mas foi derrubado por Alessandro dentro da área. Pênalti. O próprio Juan cobrou rasteiro, no canto direito de Renan. Flamengo 1 a 0.

Três minutos depois, o rubro-negro perdeu chance de ampliar sua vantagem. Léo Moura cobrou falta na esquerda e Fábio Luciano chutou, mas a bola foi para fora. O Botafogo tentou responder em chute de Eduardo, mas a bola explodiu em Fábio Luciano. Na volta, Leandro Guerreiro tentou jogada na esquerda, a jogada sobrou para Maicosuel, que entrou na área e, após passar por Juan caiu, mas o árbitro Rodrigo Nunes de Sá mandou seguir, aos 24.

O time de General Severiano partia para o ataque, deixando a zaga exposta para os contra-ataques rubro-negros. Por duas vezes, o goleiro Renan salvou o segundo gol do Flamengo. Primeiro, aos 27 em chute de Léo Moura que explodiu no goleiro, e em seguida, em chute de Ibson, aos 28 que ele encaixou. Dois minutos depois, o Botafogo chegou perto do empate em chute de fora da área de Maicosuel que passou por cima do travessão.

Após mais uma cobrança de escanteio do camisa 10 alvinegro, Bruno espalmou e a bola foi para o pé de Juan. O camisa 6 iniciou jogada pela esquerda e depois de tentar com Ibson e Emerson, a bola sobrou para Léo Moura, que chutou para fora, aos 33. Na jogada seguinte, Williams tentou na esquerda, mas ao dar o passe, a zaga botafoguense neutralizou.

O Botafogo partiu para o ataque e através do seu melhor jogador deu início à busca pelo empate. Maicosuel partiu para a área e foi derrubado na meia-lua. Na cobrança, ele deixou a cobrança para Juninho. O chute do zagueiro saiu rasteiro, no meio das pernas da barreira, e entrou no canto oposto em que Bruno estava. Era o gol do 1 a 1, aos 35.

O empate animou o alvinegro, que teve uma boa chance em jogada individual de Maicosuel, que abusou do preciosismo e perdeu a chance de um bom chute aos 37. No minuto seguinte, Eduardo lançou Victor Simões na área, mas Ronaldo Angelim conseguiu combater. A cinco minutos do fim, Maicosuel achou Fahel livre na direita, mas o meia chutou mal na hora de concluir.

Quando o primeiro tempo estava prestes a terminar, mais uma vez a estrela de Maicosuel conduziu o Botafogo a um gol. O camisa 10 cobrou falta na esquerda e Reinaldo se antecipou a Ibson para colocar a bola no fundo das redes de Bruno. Botafogo 2 a 1, aos 43. Sem acréscimos, o jogo foi para o intervalo com vantagem botafoguense.

O Flamengo voltou para o segundo tempo com uma substituição no ataque. Zé Roberto, apagado na primeira etapa, foi sacado para a entrada de Josiel. Mas foi do lado botafoguense que vieram as primeiras jogadas da etapa final. Antes do primeiro minuto, Maicosuel lançou Victor Simões na esquerda e foi derrubado, mas o árbitro deu falta do atacante. Com um minuto e 40 segundos, Leandro Guerreiro iniciou jogada no meio, mas prendeu demais a bola e desperdiçou uma oportunidade. Aos quatro, Fahel chegou na esquerda e tocou para Victor Simões. Ele entregou para Reinaldo, mas o chute do camisa 7 saiu mascado, para fácil defesa de Bruno.

Com o ataque bem marcado, o Flamengo tentou o empate através de cobrança de bola parada. Juan lançou para a área e o goleiro Renan quase se complicou na hora de defender. No minuto seguinte, Ney Franco fez sua primeira alteração: o lateral-esquerda Eduardo foi trocado por Gabriel.

Aos oito, Maicosuel fez uma boa jogada no lado direito e foi parado por Juan com falta. Enquanto ele estava caído, o lateral ameaçou o adversário e houve um princípio de confusão. No rebote depois da cobrança de falta, Alessandro emendou de fora da área e a bola quicou antes de Bruno espalmar para escanteio, aos nove.

Aos 16, uma alteração para cada lado. No Botafogo, Maicosuel, com uma forte contusão, deu lugar a Renato. Do lado rubro-negro, Cuca colocou em campo Éverton Silva no lugar de Léo Moura, que saiu sob vaias. Três minutos depois, Ney Franco foi obrigado a fazer sua última alteração. Com dores no tornozelo, Reinaldo saiu para a entrada de Jean Carioca.

Sem dois importantes jogadores, o Botafogo passou a ser pressionado pelo Flamengo - com uma chute de Fábio Luciano que bateu na zaga aos 21 e o cruzamento de Éverton Silva que Ibson tentou cabecear mas se chocou com Renan e, aos 23, o lance foi paralisado. Sabendo que o rival estava num momento de adaptação às adversidades, Cuca decidiu ousar: aos 25, o zagueiro Wellinton deu lugar ao atacante Erick Flores.

Dois minutos depois, um recuo tranquilo quase complicou o Flamengo. Bruno entregou a bola para Williams, que driblou para o lado errado e permitiu roubada de bola de Jean Carioca. O atacante arriscou na esquerda, mas Bruno conseguiu espalmar para escanteio.

O rubro-negro partia para o ataque, e acabava conseguindo direito a cobranças de falta perto da área. Juan tentou por duas vezes, mas a zaga botafoguense rechaçou. Mas aos 31 novamente a parte defensiva do time quase comprometeu. Numa bola que parecia morta, Victor Simões conseguiu recuperar e cruzou para a área, mas Jean Carioca não alcançou a cabeçada. Nos dois minutos seguintes, o Flamengo teve três chances de empatar, primeiro com tentativa de cabeceio de Josiel que foi cortado pela zaga, em chute de Juan que desviou no atacante Emerson e quase atrapalhou e depois em novo cruzamento da área, que Fábio Luciano cabeceou por cima.

A 10 minutos do fim, Emerson recebeu bola na área, passou por dois jogadores botafoguenses, mas na hora de concluir dividiu com Renan. No minuto seguinte, Fahel arriscou de fora da área para defesa de Bruno.

De tanto pressionar, o Flamengo conseguiu o empate. E mais uma vez com a ajuda da zaga do Botafogo. Depois de dividida de Williams com Renato, o jogador flamenguista chutou para o meio da área, e a bola desviou no braço de Emerson, enganando Renan. 2 a 2, aos 39.

Com o poder de fogo comprometido pelas saídas de Maicosuel e Reinaldo, o Botafogo se resumia a tentativas de Victor Simões. Uma aos 43, onde ele tentou colocar no ângulo mas foi para fora, e outra a um minuto do fim, em chute que Bruno espalmou para escanteio.

Mas não foi desta vez que o Botafogo conseguiu quebrar o tabu de um ano sem ganhar do Flamengo. Com o 2 a 2, as duas equipes voltam ao Maracanã na semana que vem em busca da vitória. Falta saber qual dos dois times escreverá o capítulo do triunfo final no Campeonato Carioca de 2009.

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BOTAFOGO 2x2 FLAMENGO


Estádio: Maracanã (no Rio de Janeiro).

Árbitro: Rodrigo Nunes de Sá (do Rio de Janeiro).

Gols: Juan, aos 19, Juninho, aos 35 e Reinaldo, aos 43 minutos do primeiro tempo, Emerson (contra), aos 39 minutos do segundo tempo.

Cartões amarelos: Juninho, Alessandro, Eduardo (Botafogo), Fábio Luciano, Juan e Erick Flores (Flamengo).

BOTAFOGO - Renan, Emerson, Juninho e Leandro Guerreiro; Alessandro, Fahel, Léo Silva, Maicosuel (Renato) e Eduardo (Gabriel); Reinaldo (Jean Carioca) e Victor Simões. Técnico: Ney Franco.

FLAMENGO - Bruno, Welinton (Erick Flores), Fábio Luciano e Ronaldo Angelim; Léo Moura (Éverton Silva), Willians, Ibson, Kléberson e Juan; Zé Roberto (Josiel) e Emerson. Técnico: Cuca.

domingo, 26 de abril de 2009

Primeira fase do vestibular carioca




E eis que chega o primeiro domingo da prova dos nove entre os times que mais se destacaram no Campeonato Estadual do Rio de Janeiro em 2009. Os protagonistas não trazem muito mistério - são os mesmos Botafogo e Flamengo que irão se enfrentar daqui a poucas horas no Maracanã, repetindo as finais de 2007 e 2008 (todas elas vencidas pelo rubro-negro).

Cada um traz uma trajetória bem curiosa até esta decisão carioca. Do lado alvinegro, em ambos os turnos o time deixou de lado as surpresas do torneio e partiu em busca do título. No primeiro turno, espantou a zebra do Resende na decisão e ganhou logo de cara seu direito de ir à final. No segundo turno, eliminou o Vasco, então apontado como o melhor time do campeonato (contradizendo aqueles que esperavam uma campanha pífia do recém rebaixado para a Série B nacional), com uma goleada por 4 a 0 na semifinal. O time teve na semana passada a chance de encerrar mais cedo o Estadual, mas acabou superado pela outra trajetória de destaque no Rio de Janeiro.

Em seu caminho rumo à final, o Flamengo deixou de lado a surpreendente derrota para o Resende na semifinal da Taça Guanabara e passou por cima do descrédito de sua própria torcida após o empate em 1 a 1 contra o inexpressivo Tigres do Brasil e a derrota por 2 a 0 para o Vasco, ambas no Maracanã. Com duas vitórias por 1 a 0 (na semifinal sobre o Fluminense e na final contra o Botafogo, respectivamente), o time conseguiu sair vitorioso da Taça Rio e agora é aclamado pela imprensa como o favorito da reta final - nas ruas, a frase mais falada por rubro-negros é "deixaram o Flamengo chegar".

No entanto, o "oba-oba" da equipe da Gávea não pode fazer com que os problemas do time sejam deixados de lado. O Flamengo se ressente de boas atuações de seu ataque - e isto reflete inclusive nos últimos dois clássicos, quando o gol da vitória na semifinal foi marcado pelo lateral Juan, e na final o 1 a 0 veio através de um gol contra. O poder de fogo não muito confiável faz com que a equipe cada vez mais dependa de seus jogadores mais habilidosos - os laterais Léo Moura e Juan e o meia Ibson - para chegar à vitória.

Do lado botafoguense, os adversários vêm na parte psicológica. Em uma semana, o time foi desclassificado da Copa do Brasil nos pênaltis diante do Americano e desperdiçou a chance de ser o melhor do Rio numa final contra o Flamengo. Agora, o treinador Ney Franco precisa arrumar um jeito de motivar seus jogadores para aquilo que os 180 minutos da final os esperam.

Um bom passo para o Botafogo seria deixar de lado o esquema de contra-ataque que não funcionou na partida do domingo passado e desde o início fazer uma partida aberta. Aliás, é a mesma atitude que se espera do técnico Cuca, pois na final Botafogo e Flamengo estão em igualdade de ações, e dois empates ou vitória e derrota pelo mesmo placar levam o último jogo para as cobranças de pênaltis.

Nesta primeira etapa do vestibular carioca, as duas torcidas preferem que seus times abandonem o "estudo ao adversário" (termo usado para designar quando as equipes pouco se arriscam a partir para o ataque e se preocupam meramente em não tomar gol) e desde o começo pretendam fazer a diferença no placar do Maracanã. Nem que para isto, um dos times tenha de levar bomba no final do processo de seleção para o melhor do Rio de Janeiro.

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À meia-noite de amanhã, O tempo e o placar... trará para seus leitores a cobertura do primeiro jogo entre Flamengo e Botafogo.

sábado, 25 de abril de 2009

Saga alvinegra no Paulistão



Em compasso de espera para o fim da saga de mais um estadual, o Campeonato Paulista chega ao seu penúltimo capítulo amanhã. Depois de 25 anos da última decisão entre eles, Corínthians e Santos se enfrentarão na corrida para decidir quem é o melhor alvinegro de São Paulo.

Ambos foram muito bem sucedidos nos confrontos das semifinais do torneio - duas vitórias nos dois jogos, e sobre times que, teoricamente, eram superiores aos dois. O Corínthians derrubou o favoritismo do afamado melhor time do país, o São Paulo, com vitórias por 2 a 1 e 2 a 0. Enquanto isto, o Santos eliminava o Palmeiras, até o momento melhor time do Paulistão, com duas vitórias por 2 a 1.

Embora clássicos não apontem favoritos, pelo retrospecto de anos anteriores os alvinegros surpreenderam ao chegarem na final. Recém-saído da Segunda Divisão do Brasileiro (foi campeão da Série B do ano passado), o alvinegro do Parque São Jorge conseguiu um bom passo na recuperação de sua autoestima, valorizando o bom trabalho que o técnico Mano Menezes iniciou no ano passado.

O time deu sorte em contratações como Cristian e Jorge Henrique e, principalmente, vem comprovando que a aposta no futebol de Ronaldo está bem sucedida. Entretanto, a dependência exclusiva do camisa 9 no domingo (em especial porque seu companheiro de ataque, Dentinho, está suspenso, e o reserva imediato, Souza, tem sido um fiasco vestindo a camisa corintiana) pode comprometer a primeira partida corintiana desta final do Campeonato Paulista.

Com um elenco bem modesto (em especial porque contratações de destaque como o meia Lúcio Flávio não deram certo), o Santos veio desacreditado no torneio, a ponto de ter se classificado somente nos últimos minutos da última rodada. Só que o técnico Vágner Mancini, aos poucos, foi armando bem sua equipe, achando o bom futebol de jogadores como o meia Paulo Henrique e o oportunista Kléber Pereira. Aliado a isto, o Peixe acertou ao investir no futebol de Madson (depois de ele ter se destacado mesmo na campanha do rebaixamento do Vasco no ano anterior) e no jovem talento do atacante Neymar.

No entanto, a final do Paulistão acabou ganhando uma dimensão maior para os lados da Vila Belmiro. Visando manter o time descansado para o primeiro jogo da decisão, o técnico Vágner Mancini escalou uma equipe mista na segunda partida contra o CSA, de Alagoas. Os santistas perderam por 1 a 0 e acabaram desclassificados prematuramente da Copa do Brasil. Agora, resta ao time provar aos torcedores que a medida do treinador valeu a pena - com a conquista do Estadual de São Paulo.

Do lado corintiano, a vontade de mostrar aos torcedores um bom resultado do trabalho de reestruturação do time após anos de abandono. Do lado santista, a ânsia por não desmotivar a torcida depois de um tropeço recente numa competição nacional. Ao que parece, os alvinegros têm muitos motivos para almejar a glória de ser o melhor de São Paulo.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

O caminho para as Minas




O finzinho de abril segue como a hora certa para encerrar as indecisões sobre qual será o melhor time de cada estado do país. Ao lado dos primeiros encontros entre Flamengo e Botafogo, no Rio de Janeiro, e Corínthians e Santos, em São Paulo, outro estado do Sudeste começa a decidir no domingo quem será seu campeão de 2009.

Mesmo diante da indecisão de saber quem é o melhor, está decidido que a hegemonia da disputa entre seus dois grandes times continua nas finais em Minas Gerais. Pela 32ª vez (sem contar a época em que o título mineiro era apenas o Campeonato da Cidade), Cruzeiro e Atlético medirão forças para ver qual bicho poderá cantar o grito de "é campeão" ao final.

No papel, a Raposa azul tem um time superior. Além de um goleiro de destaque como Fábio, o Cruzeiro traz estrelas como o zagueiro Léo Fortunato, o meia Ramires (que há algum tempo já merece uma convocação para a Seleção Brasileira) e um ataque perigoso formado por Kléber e Wellington Paulista. A superioridade reflete, inclusive, no foco que a equipe tem para este ano: a disputa da Taça Libertadores da América, na qual já passou para a próxima fase.

Só que esta vantagem de poder lutar por um título sul-americano pode ser prejudicial para o time celeste. Numa competição tão desgastante, talvez o cansaço reflita também nas partidas decisivas de Minas. Por mais que as estrelas sejam brilhantes, a neblina da falta de gás pode fazer mal ao time cruzeirense.

Do lado do Galo alvinegro, a inferioridade aparente é combatida com um fator importantíssimo no futebol: o momento. E o bom momento do Atlético vem justamente em sua linha de frente. No decorrer do campeonato, o meia Carlos Alberto se tornou peça fundamental, a ponto de muitos comentaristas (como Bob Faria, da página eletrônica Globoesporte.com) o elevarem ao posto de "mola-mestra" do time. O que pode ser negativo caso ele não passe por um bom momento no campo de decisão.

Do ataque vem o outro jogador em pleno bom momento nas partidas. Dispensado do Flamengo no fim do ano passado, Diego Tardelli respondeu ao descrédito com gols - como o de pênalti, que ontem ajudou o Atlético a passar de fase na Copa do Brasil com uma vitória por 2 a 0 sobre o Guaratinguetá. Seu bom futebol trará dificuldades para a zaga do Cruzeiro.

Na busca pela consagração, o experiente Emerson Leão (do Atlético) e o praticamente recém-consagrado Adilson Batista (do Cruzeiro) terão a partir de domingo um desafio de estratégias para ver quem sairá vitorioso neste novo capítulo da disputa pela hegemonia nos gramados de Minas Gerais. A torcida mineira permanece ansiosa com as partidas dos próximos dois domingos, para saber quem chegará em primeiro neste caminho para as Minas.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Maicon classifica o Fluminense depois de 135 minutos de sufoco



O reserva Maicon saiu do banco para dar ao Fluminense a classificação diante do Águia de Marabá, do Pará. Depois de um pífio desempenho tricolor no primeiro tempo, na segunda etapa o atacante marcou dois gols e deu o passe para Eduardo Ratinho fechar a vitória por 3 a 0 da equipe das Laranjeiras sobre o Azulão do Pará no Maracanã. Agora, o time enfrentará o Goiás (que passou pelo Brasiliense) nas oitavas-de-final da Copa do Brasil.

Vindo de uma derrota por 2 a 1 no primeiro jogo, em Belém, o tricolor carioca jogava a "salvação" do primeiro semestre do time, depois da decepcionante eliminação diante do Flamengo na semifinal da Taça Rio. Desfalcado de Conca, contundido, e de Thiago Neves, expulso no jogo anterior por atirar uma bola num gandula paraense, o Fluminense recorria aos jovens Marquinho e Tartá para fazerem a bola chegar à dupla de ataque, formada por Éverton Santos e Fred. Este último, responsável pelo gol no fim do primeiro jogo contra o Águia (que dava ao time a "vantagem" de se classificar com uma vitória pela diferença mínima no Maracanã), afirmou que seria "inaceitável" a eliminação logo na segunda fase.

Após um susto numa cobrança de escanteio do Águia aos 45 segundos, o Fluminense começou a acuar o time paraense aos dois minutos. Em dois ataques, o time teve três escanteios consecutivos - o último, conquistado depois que o chute de Edcarlos resvalou na zaga. Aos quatro, veio a primeira chance clara do time carioca. João Paulo tentou jogada na esquerda, a bola sobrou para Éverton Santos na pequena área, mas o chute saiu fraco, para fácil defesa de Ângelo.

Dois minutos depois, Eduardo Ratinho tentou cruzamento para a área, mas novamente o camisa 1 do Águia evitou o gol. Aos nove, o Azulão paraenese quase surpreendeu ao aproveitar um buraco na zaga tricolor. Aleílson chegou livre na intermediária e obrigou Fernando Henrique a sair da área e chutar para a lateral. O Fluminense insistia em cruzamentos, mas em todos eles, os zagueiros do time do Pará conseguiam se safar, como no passe de Éverton Santos que procurava Fred, mas o zagueiro Darlan conseguiu cortar, aos 12.

Quatro minutos depois, Tartá iniciou boa jogada na esquerda, mas Éverton Santos e Fred não conseguiram alcançar a ponto de tentar acertar o fundo das redes. O camisa 7 atrapalharia uma chance tricolor aos 19. Após uma cobrança de falta, Luiz Alberto cabeceou para o outro lado tentando achar Edcarlos, mas Éverton Santos entrou na frente e cabeceou mal. Um minuto depois, Tartá fez jogada individual, mas na hora de concluir, a bola passou por cima do gol.

Aos 22, uma cobrança de falta quase surpreendeu o Fluminense. Flamel cobrou falta na esquerda e Felipe Mamão desviou para a defesa de Fernando Henrique, mas o lance já havia sido anulado por impedimento. Aos 25, em mais uma cobrança de escanteio, Fred arriscou uma bicicleta na área e por pouco o goleiro Ângelo não comprometeu a partida para o Águia de Marabá. Um minuto depois, o camisa 9 recebeu uma bola, passou pelo zagueiro, mas adiantou demais e perdeu a bola para Charles. Aos 29, Éverton Santos deu um chute rasteiro de fora da área que o camisa 1 do Águia espalmou para escanteio.

A 15 minutos do fim, quase o grito de gol veio do lado da equipe paraense. Flamel apareceu na direita e tocou para a área. A bola passou por Aleílson, e depois Felipe Mamão chutou para fora. O Águia ainda teve outra tentativa aos 33, quando Aleílson cruzou para a área e Luiz Alberto rechaçou para escanteio.

Nos minutos seguintes, duas grandes chances desperdiçadas para cada lado. Do lado tricolor, aos 34, num chute de sem-pulo de Fred, e aos 36, com Éverton Santos de fora da área, ambas paradas por defesas de Ângelo. Pelo Águia de Marabá, aos 35 Aleílson entrou livre na área, mas demorou a chutar e foi travado por Wellington Monteiro. Na jogada seguinte, Felipe Mamão entrou livre na área e chutou na barriga de Fernando Henrique.

O tricolor carioca continuava dando espaços, e aos 38, mais uma vez o time de Marabá perdeu a chance de abrir o placar no Maracanã. Flamel driblou Edcarlos na direita e cruzou para a área. Felipe Mamão desviou de cabeça e a bola sobrou para Sinésio chutar por cima do gol de Fernando Henrique. Com o 0 a 0 caminhando para o intervalo, a torcida do Fluminense começava a vaiar o time. Aos 45, o Águia teve mais uma chance em chute de Sinésio que passou à esquerda de Fernando Henrique.

Um minuto depois, João Paulo arriscou de fora da área, mas pegou muito embaixo da bola e ela foi para fora. O lateral-esquerdo foi aplaudido por sua tentativa, mas o tricolor carioca foi para o intervalo sem escapar do grito de "vergonha, time sem vergonha".

Tentando substituir as vaias por comemoração para a torcida do Fluminense, Carlos Alberto Parreira fez uma troca no ataque: Éverton Santos saiu para a entrada de Maicon. E foi através dele que começou a primeira jogada tricolor, aos 42 segundos: um lançamento para Fred tirado pela zaga. Na sobra, João Paulo levantou na área, a bola resvalou em Marquinho e sobrou para Fred mas, na marca do pênalti, o camisa 9 isolou.

Fred teve duas claras oportunidades de marcar. A primeira, com um minuto e meio, mas o chute saiu fraco. Na segunda, aos três, ele ajeitou, mas na hora de chutar encheu o pé e a bola saiu à esquerda de Ângelo. Aos seis, numa cobrança de falta do Fluminense a zaga do Águia se atrapalhou e, no rebote, Tartá cruzou para Fred, que tentou uma jogada, mas teve uma trombada com Felipe Mamão - mesmo com a reclamação do camisa 9, o árbitro Cláudio Mercante Júnior não deu pênalti. Um minuto depois, Maurício arriscou de fora da área, mas a zaga desviou o chute e Ângelo conseguiu defender.

Aos nove, novamente brilhou a estrela de Ângelo. Numa cobrança de falta, Eduardo Ratinho ajeitou para Fred chutar rasteiro, e o camisa 1 caiu e conseguiu segurar. Dois minutos depois, João Paulo cruzou da esquerda e Maicon chutou para fora.

Mas aos 12, o reserva conseguiria acertar seu chute. Maicon recebeu a bola na direita, puxou para o meio e, de perna esquerda, acertou uma bomba no canto esquerdo de Ângelo. Fluminense 1 a 0.

Passada a pressão em abrir o placar no Maracanã, o Fluminense começou a conseguir suas jogadas com mais facilidade. Aos 15, Tartá chutou pela esquerda, mas Ângelo evitou o segundo gol tricolor. Fred arriscou logo em seguida, mas a zaga conseguiu travar.

Consciente de que a derrota causaria sua eliminação na Copa do Brasil, o Águia de Marabá começou a se arriscar no ataque. Flamel entrou na direita e cruzou, mas a zaga do Fluminense conseguiu evitar que a bola chegasse a Felipe Mamão, aos 18. Um minuto depois, Flamel tentou novo chute, mas Fernando Henrique conseguiu defender.

Aos 20, Maicon iniciou contra-ataque e caiu diante de Analdo. O árbitro deu falta e aplicou o primeiro cartão amarelo do jogo para o jogador do time de Marabá. O meia Marabá foi reclamar e também recebeu cartão do árbitro Cláudio Mercante.

Com 22 minutos de partida, mais uma vez a estrela de Maicon brilhou no Maracanã. Depois de começar uma tabela no ataque, ele recebeu ótima bola de Fred e passou pelo zagueiro para tocar por baixo do goleiro Ângelo. 2 a 0 Fluminense.

Cinco minutos depois, o tricolor perdeu a oportunidade de ampliar sua vantagem. Eduardo Ratinho cruzou da direita e Marquinho, de frente para o gol, isolou a bola. Na tentativa de, pelo menos, levar a decisão da vaga para os pênaltis, o técnico João Galvão deixou o Águia mais ofensivo, tirando o zagueiro Darlan para a entrada do meia Luis Fernando, aos 28.

A 15 minutos do fim, Carlos Alberto Parreira fez sua segunda alteração no Maracanã, numa alteração defensiva: o volante Maurício deu lugar a outro volante, Romeu. E aos 32, veio o gol para sacramentar de vez a classificação do Fluminense. Em mais uma boa jogada de Maicon, o atacante entregou na direita para Eduardo Ratinho chutar rasteiro e a bola tocar na trave antes de entrar nas redes para decretar 3 a 0 para o Fluminense.

Com 38 minutos de jogo, o autor do terceiro gol tricolor saiu contundido, e foi substituído por Mariano. O técnico João Galvão ainda tentou colocar o Águia para frente (se conseguisse fazer dois gols, tomaria a vaga do Fluminense), colocando Brunno Rangel no lugar de Sinésio. O time do Pará ainda tentou em duas cobranças de falta, mas o lance que levou mais perigo veio do lado do Fluminense. A três minutos do fim, Mariano recebeu livre na direita, mas ao chutar, pegou mal na bola.

Nada que comprometesse a classificação do Fluminense no Maracanã. Depois de 135 minutos de sufoco (os 90 minutos da derrota por 2 a 1 para o Águia de Marabá no Estádio Mangueirão na quarta passada e os primeiros 45 minutos na partida de ontem), o tricolor carioca conseguiu se manter na Copa do Brasil e, graças ao grande segundo tempo de Maicon, o torneio nacional não acabou mais cedo para o time das Laranjeiras.
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FLUMINENSE 3x0 ÁGUIA DE MARABÁ (PA)

Estádio: Maracanã (no Rio de Janeiro).

Árbitro: Cláudio Mercante Júnior (de Pernambuco).

Gols: Maicon, aos 12 e aos 22 e Eduardo Ratinho, aos 32 minutos do segundo tempo.

Cartões amarelos: Analdo e Marabá (Águia de Marabá).

FLUMINENSE - Fernando Henrique, Eduardo Ratinho (Mariano), Luiz Alberto, Edcarlos e João Paulo; Wellington Monteiro, Maurício (Romeu), Marquinho e Tartá; Éverton Santos (Maicon) e Fred. Técnico: Carlos Alberto Parreira.

ÁGUIA DE MARABÁ - Ângelo, Edickléber, Darlan (Luis Fernando) e Charles; Sinésio (Brunno Rangel), Magrão, Analdo, Flamel e Marcondes; Felipe Mamão e Aleilson. Técnico: João Galvão.

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BOLA PRO MATO

A discutível conduta de poupar titulares em partidas "mais fáceis" ou que valham menos foi crucial para o Santos. Preocupado com a final diante do Corínthians, o técnico Vágner Mancini decidiu poupar titulares na partida de volta contra o CSA, de Alagoas. A atitude do treinador custou a eliminação santista no torneio, com uma derrota por 1 a 0 em plena Vila Belmiro. Desclassificado da Copa do Brasil, agora o alvinegro praiano precisa fazer um bom Campeonato Brasileiro para tentar uma vaga na Taça Libertadores de 2010.

Considerado um dos melhores da "nova geração de técnicos brasileiros", Mancini cometeu uma sucessão de erros nesta partida entre Santos e CSA. Por mais que o time santista tenha uma pedreira diante do Corínthians no domingo, o título da Copa do Brasil vale (financeiramente e, principalmente, no status do futebol brasileiro) muito mais do que um Campeonato Estadual. Além disto, para que poupar jogadores no jogo anterior à primeira partida da final? Caso o resultado fosse negativo no primeiro confronto, o time poderia recuperar na finalíssima - e é bem provável que além da disputa, ainda tivesse assegurada sua vaga para o encontro com o Coritiba nas oitavas-de-final da Copa do Brasil.

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BOLA NA ARQUIBANCADA

São Paulo, Grêmio, Cruzeiro e Sport garantiam suas vagas para a próxima fase da Taça Libertadores da América. O Palmeiras ainda precisa de uma vitória sobre o Colo-Colo no Chile para conseguir prosseguir no campeonato sul-americano. É o Brasil indo bem na busca de apresentar seu bom futebol à América do Sul.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Fuzarca nordestina



Após O tempo e o placar... apresentar no post anterior um campeão do Sul, hoje é a vez de mostrar mais um campeão estadual, desta vez do Nordeste. Pela quarta vez consecutiva, Pernambuco tem festa em vermelho e preto através do futebol do Sport Recife.

O time da Ilha do Retiro manteve sua supremacia no estado após 19 vitórias e 3 empates em 22 jogos - além da conquista dos dois turnos disputados neste 2009. A vitória coroa o trabalho de Nelsinho Baptista, que no ano passado ganhou território nacional (com a conquista da Copa do Brasil, em final emocionante diante do Corínthians) e agora se arrisca a alçar voos sul-americanos, na disputa pela Taça Libertadores da América.

Outrora "azarão" do Campeonato Brasileiro, o futebol nordestino já demonstrou sua força em relação aos demais centros futebolísticos brasileiros. Mas, agora, está prestes a surpreender os demais times da América do Sul, se classificando em um grupo formado por frequentadores assíduos do torneio - o compatriota Palmeiras, o chileno Colo-Colo, e o campeão da edição passada LDU, de Quito.

Num time que mescla a liderança de Paulo Baier com valores em ascensão como o meia Daniel Paulista e os atacantes Vandinho e Ciro, o tetracampeão pernambucano traz ótimos trunfos para sua torcida entoar ainda mais o "cazá, cazá". Principalmente, na certeza de que a fuzarca nordestina pode chegar aos ouvidos de várias regiões da América do Sul.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Colorado com sobras



Enquanto a torcida do Rio de Janeiro adiou para o início de maio o momento de conhecer seu novo campeão estadual, outros estados já apresentam seus vencedores de 2009. Um deles veio do Sul do Brasil. Desde domingo, o Rio Grande do Sul tem coloridas as tintas coloradas do Internacional, que venceu com sobras o Campeonato Gaúcho - em 11 jogos, foram oito vitórias e três empates. A equipe também fez o artilheiro e o vice-artilheiro do torneio - respectivamente, Taison (com 15 gols) e Nilmar (com 13).

Sem dúvida, um belo começo para as comemorações do centenário do Internacional. A soberania do colorado gaúcho ficou em evidência no resultado da final do Campeonato Gaúcho. Assim como no ano passado, o Inter sagrou-se campeão com uma goleada por 8 a 1, desta vez sobre o Caxias, com direito a sair do primeiro tempo já com a vantagem de 7 a 0 no placar.

No entanto, a conquista do Internacional ainda é discutível por muitos jornalistas esportivas. Fernando Calazans, no jornal O Globo, diz que é cedo para colocar o Inter dentre os melhores do país, pois o adversário do jogo decisivo está atualmente disputando a Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro. Em seu blogue pessoal (um dos endereços favoritos de O tempo e o placar...), o comentarista Lédio Carmona apontou que, por mais que os estaduais tragam a possibilidade dos "grandes" do país se esbaldarem, nenhum time chegou perto do aproveitamento que o Internacional apresentou.

Alguns tentam desmerecer o Estadual do colorado alegando que ele aconteceu porque o Grêmio se deu mal ao priorizar a Taça Libertadores da América - a má campanha no Gauchão antecipou a realização do Gre-Nal para as quartas-de-final do campeonato. Só que o tricolor gaúcho foi derrotado em todos os encontros diante de seu rival no ano de 2009, nas quais ambos os times jogaram com suas equipes titulares.

São dados como estes que sinalizam que o time treinado por Tite ainda pode ser motivo de muitas alegrias nos 100 anos do Internacional. Resta agora saber se o futebol dos colorados continuará vencendo com sobras em dimensões maiores que as do Sul do Brasil.

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BOLA PRO MATO

As duas partidas das semifinais do Campeonato Paulista chamaram atenção de maneiras diferentes. A de domingo pelo jogo em si, e a de sábado pelo antijogo.

No Palmeiras e Santos de sábado, infelizmente o bom futebol santista foi ofuscado pela maneira estranha como o zagueiro Domingos provocou o meia palmeirense Diego Souza - o que, naturalmente, não justifica o descontrole do jogador e menos ainda a rasteira que ele deu no santista. É lamentável que ainda haja a catimba de um jogador entrar em campo só para forçar a expulsão de um dos destaques da outra equipe (ainda mais com o Santos em vantagem no placar em pleno Parque Antarctica, em ótima partida de Madson).

No duelo entre São Paulo e Corínthians, mais uma vez Ronaldo driblou as dúvidas em relação à recuperação de seu futebol (inclusive a deste pretenso cronista esportivo que vos escreve), marcando o segundo gol da vitória corintiana por 2 a 0. Mesmo acima do peso, o atacante venceu na corrida os zagueiros são-paulinos e facilmente tirou do goleiro Bosco a chance de defesa. O camisa 9 respondeu em campo à provocação de um dirigente do São Paulo que o chamou de "ex-jogador". Agora, o estado de São Paulo fica na espera para ver qual alvinegro será o melhor de terras paulistas neste ano.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

E as emoções se repetindo...



No mesmo dia em que Roberto Carlos comemorou mais um ano de vida - realizando um show em sua terra natal, Cachoeiro de Itapemirim, primeira parada da trajetória que homenageará seus 50 anos de carreira artística - o Rio de Janeiro viveu mais um domingo de muitas emoções no Maracanã. Aconteceu a final da Taça Rio, mais um momento lindo proporcionado por Flamengo e Botafogo, que decidiam tanto a decisão de turno quanto a possibilidade do campeonato acabar, caso a vitória acontecesse do lado alvinegro.

Graças a um gol contra do zagueiro Emerson, o Flamengo prorrogou a certeza de que mais emoções acontecerão em palcos cariocas. Nos próximos dois domingos, acontecerão os dois jogos finais do Campeonato Estadual, e as emoções podem se repetir de todos os lados.

No Flamengo, a chance de pela quinta vez conquistar um tricampeonato estadual consecutivo. No Botafogo, o risco de perder pela terceira vez consecutiva para o rival rubro-negro. Depois de dois anos no Botafogo, o atual comandante do Flamengo Cuca pode ser também vice-campeão pela terceira vez.

A fé que faz os torcedores de Botafogo e Flamengo otimistas demais para as próximas partidas prossegue, chorando ou sorrindo mas sabendo que o importante são as emoções vividas dentro de campo. Conforme são as emoções hoje compartilhadas neste espaço com um grande amigo e leitor de O tempo e o placar..., Marcos Fontelles.

Do ponto de vista rubro-negro e - pasmem! - com boa vocação para jornalismo, Marcos apresenta neste post sua visão para o jogo de ontem. Este que vos escreve espera que todos gostem, e, principalmente, que ele aceite mais convites como o feito ontem.

Na foto, está ele com seu filho Leonardo, ambos ao lado de Zico. Não preciso dizer o por que do Galinho de Quintino ser seu ídolo...

Vamos à crônica!


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No ensolarado 19 de abril de 2009, na cidade do Rio de Janeiro o sol brilhou em rubro-negro e coroou o técnico Cuca como tricampeão da Taça Rio. A disputa da tarde carioca poderia consagrar o Botafogo como campeão carioca da temporada 2009 (por ter conquistado a Taça Guanabara, ele poderia ser campeão direto, algo que não acontece no Rio de Janeiro desde 1998, quando o Vasco venceu os dois turnos do Estadual). Mas num jogo onde a defesa prevaleceu sobre o ataque e ironicamente acabou 1 a 0, com um gol contra de um zagueiro - o botafoguense Emerson, o Flamengo sagrou-se campeão da Taça Rio e adiou para uma final em dois jogos uma série de consequências que poderiam acontecer ao final deste dia. A divulgada e contestada aposentadoria do zagueiro Fábio Luciano e o sonhado campeonato pelo Botafogo.

O 19 de abril manteve vivo o desejo do Flamengo conquistar pela quinta vez, um tricampeonato no Rio e de quebra igualar com o Fluminense que obtém 31 títulos do certame - o último conquistado este ano no "tapetão". O Bangu contestava a conquista tricolor, mas na justiça o Fluminense conseguiu reaver o título de 2002.

O clássico teve início bem antes do apito inicial do juiz, devido à polêmica escalação do árbitro Luiz Antônio Silva Santos (uma unanimidade, pois ambas as equipes contestaram sua escalação). No jogo entre Vasco e Flamengo (vitória vascaína por 2 a 0, durante a Taça Rio), ele expulsou cinco jogadores - dois flamenguistas e três vascaínos, além do técnico Cuca. Mas sua escalação fazia todo sentido - 19 de abril é o Dia do Índio, e "Índio" é a alcunha do juiz que iria apitar a decisão entre Flamengo e Botafogo.

Ainda de fora de campo, vieram as polêmicas escalações de Juninho e Alessandro, vitória botafoguense na justiça, que conseguiu efeito suspensivo para que os dois defendessem as cores alvinegras na final do turno. O mesmo Tribunal de Justiça Desportiva vetara a escalação de Bruno na semifinal entre a dupla Fla-Flu na semana anterior.

Triunfos extracampo que faziam a torcida botafoguense dar como certa a vitória do time da Estrela Solitária. A euforia tomava conta das arquibancadas alvinegras, que iam além da provocação "vice é o Cuca". A estátua do Manequinho, símbolo do clube que fica na sede, ganhou uma faixa de campeão. A música composta por Dom Elias (que compôs com Beth Carvalho a canção do título de 1989) já estava pronta. Abaixo, confira a letra da música Barba, cabelo e bigode:

Botafogo campeão
Desse jeito o meu coração explode
O meu Fogão ganhou de todo mundo
Fez barba, cabelo e bigode

É o meu orgulho
É minha paixão
O Botafogo manda e desmanda
No meu coração



Toda esta confiança tinha nome. Aliás, tinha três nomes: o trio de ferro formado por Reinaldo, Maicosuel e o novo Pantera Victor Simões. Dois craques que já jogaram (Reinaldo e Victor Simões) e outro (Maicosuel), que chegou a dar entrevista como jogador do Mengão à rádio Tupi em 2008. Victor Simões foi campeão carioca de juniores pelo time da Gávea em 1999. Dez anos depois, o novo Pantera é o vice-artilheiro do Estadual ao lado de Bruno Meneghel do Resende (já eliminado) e Josiel, adversário no clássico e que iniciou . Victor Simões chegou a se profissionalizar no Flamengo, em maio de 2001 e Janeiro de 2003 chegou a disputar 15 partidas e assinalar 2 gols para então seguir carreira em países de pouca expressão no futebol como Bélgica e Coreia. Reinaldo é a outra estrela botafoguense que iniciou na Gávea - quando começou, ele era "o cara que entrava no segundo tempo no lugar do Romário", e tinha como gandula o futuro volante Ibson.

Mas na bola, eles eram adversários agora. Adversários em Flamengo e Botafogo, o clássico que decidiu os dois recentes campeonatos do Rio de Janeiro e que será a final pela terceira vez consecutiva. Logo no primeiro minuto de jogo, Emerson chutou cruzado a primeira chance rubro-negra, mas a bola passou sem perigo no gol de Renan. Por sinal, a falta de perigo foi constante em ambos os lados, numa primeira etapa truncada, e até morna.

A chance seguinte viria em uma bola parada, na qual Kléberson recebeu passe de Juan e chutou à esquerda, aos cinco. O mesmo Kléberson tentou uma nova jogada aos 13, mas a zaga botafoguense conseguiu neutralizar. Do lado botafoguense, Maicosuel deixou Victor Simões livre, mas na hora de concluir o chute saiu truncado.

O primeiro momento da torcida fazer o grito de "uuuh" veio aos 19. Maicosuel aproveitou rebote da zaga rubro-negra e com um toque sutil acertou a bola na trave. Na mesma trave esquerda, que na quinta-feira sacramentou o pênalti que ele perdeu na disputa contra o Americano, por uma das vagas na Copa do Brasil. Dois minutos depois, Zé Roberto (o ex-botafoguense que agora atuava em vermelho e preto) deu o troco em um chute forte, desviado a tempo pelos zagueiros.

Com a boa marcação de ambas as defesas, a solução para Flamengo e Botafogo era recorrer a chutes de fora da área - do time da Estrela Solitária, com Juninho, aos 25, e da equipe da Gávea, com Williams, aos 37. A tão temida distribuição de cartões de Luiz Antônio Silva Santos não aconteceu em todo o primeiro tempo. Somente a quatro minutos do fim veio o primeiro cartão - o Emerson do Flamengo deu uma tesoura no Emerson do Botafogo e recebeu cartão amarelo. Na cobrança, novamente o zagueiro Juninho deu um chute perigoso, que passou perto do ângulo de Bruno. Nada que alterasse o placar de 0 a 0, um resultado justo diante da superioridade dos defensores.

O segundo tempo começou no mesmo panorama que o primeiro. Muitas tentativas e em todas as defesas se sobressaindo - seja em escanteios (como o que Fahel cortou no primeiro minuto de jogo) ou nas jogadas em que os atacantes não conseguem fazer as conclusões (no erro de Emerson diante do gol do Flamengo aos sete). O equilíbrio vinha, inclusive, em desarmes - aos 10, Maicosuel foi bem neutralizado por Airton, e dois minutos depois, foi a vez do Emerson botafoguense levar a melhor sobre seu xará flamenguista.

Mas o Emerson do Botafogo faria a diferença. E para o Flamengo. Kléberson arriscou de fora da área, para Renan espalmar com dificuldade. No desenrolar do lance, veio cobrança de falta de Juan. Num bate e rebate na área, a bola desviou na canela de Emerson, que jogou a bola para as próprias redes. 1 a 0 Flamengo, aos 16.

Com a vantagem no placar, o Flamengo passou a administrar o resultado, marcando sob pressão e jogando no contra-ataque. O trio Maicosuel, Victor Simões e Reinaldo era facilmente parado, com muitos jogadores na sobra da marcação. As oportunidades do Botafogo se reduziam à bola parada, como a cobrança de falta de Juninho aos 26, que passou bem distante do gol de Bruno.

Vendo o tempo passar e o título ir escapando, aos 29 Ney Franco realizou duas alterações: Renato e Gabriel nos lugares de Fahel e Léo Silva, respectivamente. Mas o jogo permanecia em seu equilíbrio, bom para o Flamengo que vencia por 1 a 0. O Botafogo começava a demonstrar nervosismo. Primeiro, com a falta de Emerson em Erick Flores, na qual o zagueiro levou cartão amarelo aos 36. E, aos 41, quando Thiaguinho fez falta violenta em Juan e foi expulso.

Com a vantagem no placar e em campo, Cuca tirou Ibson para colocar Toró e, antes de sair, o segundo volante levou cartão amarelo. A torcida do Flamengo já começava o coro de "vice de novo", esquecendo que o jogo não tinha terminado ainda e um empate levava a decisão para os pênaltis - além de que o Estadual ainda não iria acabar.

Aos 45 minutos, o Botafogo quase consegue o empate em um chute lindo de Gabriel para ótima defesa de Bruno. Mas foi a última oportunidade da equipe. Josiel ainda perderia uma chance para o Flamengo no minuto seguinte, e, aos 47 Erick Flores tentaria de peixinho, mas não alcançaria um cruzamento de Juan.

Só que o 1 a 0 já era suficiente. O Flamengo é campeão da Taça Rio, e teremos mais dois domingos de futebol que, para a alegria dos leitores de O tempo e o placar..., terá de volta nosso expert Vinícius.



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Marcos, muitíssimo obrigado pelas palavras ao final. O expert aqui é você, que nos deu tanta informação tanto do jogo quanto do ritual do pré-jogo. O tempo e o placar... só tende a crescer com o seu apoio constante às nossas postagens diárias.

Obrigado, obrigado mesmo. Um gol de placa, que este que vos escreve se sente como autor do belo passe para sua conclusão.

Abraços a todos,

Vinícius Faustini


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FLAMENGO 1x0 BOTAFOGO

Estádio: Maracanã (no Rio de Janeiro).

Árbitro: Luiz Antônio Silva Santos (do Rio de Janeiro).

Renda e público: R$ 1.546.470,00 / 75.395 pagantes


Gol: Emerson (contra), aos 16 minutos do segundo tempo.

Cartões amarelos:
Ibson, Emerson (Flamengo), Emerson, Maicosuel, Alessandro e Reinaldo (Botafogo).

Expulsão: Thiaguinho (Botafogo).

FLAMENGO: Bruno, Aírton, Fábio Luciano e Ronaldo Angelim; Léo Moura, Willians, Kleberson, Ibson (Toró) e Juan; Zé Roberto (Erick Flores) e Emerson (Josiel). Técnico: Cuca.

BOTAFOGO: Renan, Emerson (Túlio Souza), Juninho e Leandro Guerreiro, Alessandro, Fahel (Renato), Léo Silva (Gabriel), Maicosuel e Thiaguinho; Reinaldo e Victor Simões. Técnico: Ney Franco.

domingo, 19 de abril de 2009

CRÔNICA - O primeiro jogo de futebol no Brasil



Prezados leitores de O tempo e o placar...,

hoje e amanhã este espaço dará destaque a parceiros deste blogue, tanto em homenagens quanto em novas experimentações para o que vai ao ar aqui. Como todos que acompanham este espaço, ele fala sobre futebol brasileiro, comentando situações e jogos dos campeonatos jogados em todo o país.

Mas, desta vez, abre-se espaço para a literatura futebolística, num dia muito especial. 19 de abril é definido no calendário brasileiro como o "Dia do Índio". Oportunamente, vamos mostrar aqui uma versão literária sobre como foi a primeira partida de futebol em terras brasileiras.

Depois de Pero Vaz de Caminha relatar em 1500 como foi o descobrimento do Brasil, o amigo lusitano Armindo Guimarães vem aqui nos relatar como foi a realização da primeira partida de futebol em gramados brasileiros. Armindo é o português mais brasileiro que existe, e tem dentre suas características uma ampla e irreverente inspiração.

O conheci via Internet, através de outro assunto no qual temos muita afinidade: a admiração pelo cantor Roberto Carlos. Que, por sinal, comemora neste dia 19 de abril, 68 anos de idade.

Em um dos primeiros posts de O tempo e o placar..., Armindo escreveu o texto abaixo nos comentários. Este que vos escreve achou interessante guardá-lo para colocar no ar no Dia do Índio, à apreciação de todos.

Bem vindo e muito obrigado ao amigo Armindo, autor de um "golo" literário. Aos que quiserem conhecer mais de seus textos literários, basta acessar o blogue Splish splash, cujo link está entre nossos favoritos.

Abraços a todos,

Vinícius Faustini

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Versando a temática do desporto-rei, acredito que com a competência jornalística que é teu apanágio O tempo e o placar... irá seguramente oferecer aos seus leitores momentos de reflexão e quiçá de emoção.

Ao inaugurar tão brilhante iniciativa não podia deixar de te apresentar as minhas felicitações entrando na jogada com um golaço à Pelé (ou à Eusébio), relembrando aqui a pré-história do futebol brasileiro, quando no domingo 26 de Abril de 1500 é realizado o primeiro encontro de futebol em Terras de Vera Cruz, mais exactamente em Porto Seguro, e que doravante catapultou o Brasil como a maior e melhor “fábrica” de especialistas na matéria.

Eis a constituição das equipas e o relato do jogo:

Os Tupi

1 – Airy (Palmeira)
2 – Moema (Doce)
3 – Cauã (Gavião) – Capitão da equipa
4 – Guaraci (Sol de verão)
5 – Potira (Flor)
6 – Jaciara (Luar)
7 – Jaci (Lua)
8 – Araquém (Pássaro)
9 – Piatã (Forte)
10 – Tinga (Branco)
11 – Anauá (Pau de flor)


Equipamento: todos nus


Os Capitães da armada

1 – Gaspar de Lemos
2 – Pêro de Ataíde
3 – Diogo Dias
4 – Bartolomeu Dias – Capitão da equipa
5 – Nicolau Coelho
6 – Luís Pires
7 – Pedro Alvares Cabral
8 – Nuno Leitão da Cunha
9 – Aires Gomes da Silva
10 – Sancho Tovar
11 – Simão de Pina


Equipamento: todos vestidos


Árbitro:

Armindo Guimarães

Equipamento: Calção branco às bolinhas azuis e camisa branca com a foto do LP de 1977, do Roberto Carlos.

Juízes de linha:
Açuã (Talo de espiga)
Cajuru (Boca do mato)

Equipamentos: todos nus


RELATO DO JOGO


Colocada a bola ao centro, o árbitro, munido de um chocalho tupi, dá inicio ao jogo e as claques gritam apoiando as equipas. A equipa tupi entrou bem. Mais ousada que a equipa da frota, que apostava numa pressão alta para impedir que o meio-campo tupi pensasse o jogo. Mesmo assim, não tardou que o conjunto nativo criasse perigo. Na sequência de um canto, Anauã fez golo que o árbitro anulou por fora de jogo. A claque tupi reagiu de imediato com uma ladainha que ninguém entendeu, mas que por certo queria significar: “Fora o árbitro! Fora o árbitro! Gatuno! Gatuno! Gatuno!”.

O árbitro, que era luso com alma veracruciana, não entendendo os apupos, mas percebendo os gestos, vai daí e demite-se da sua função, entregando o apito, melhor dizendo, o chocalho, ao Frei Henrique, que passou a dirigir o jogo.

Esse lapso de tempo foi o suficiente para a equipa da frota se recompor, passando a equipa tupi a sentir sérias dificuldades em entrar na área do adversário, onde o central Pedro Álvares Cabral se mostrava imperial. Porém, quando menos se esperava, Jaciara deu nas vistas. Primeiro, fez uma arrancada que só não deu frutos porque o remate saiu torto. Depois, na marcação de um livre directo, atirou forte em direcção à baliza do goleiro Gaspar de Lemos que num golpe de rins desviou a bola para fora.

Entretanto, a passe de Moema, Potira lança a bola em profundidade para Piatã que dominando o esférico com o peito desfere um potente remate sem hipóteses de defesa para o goleiro Gaspar de Lemos. Estava feito o 1-0 que a claque tupi festeja euforicamente com gritos de contentamento e uma salva de flechadas atiradas para o ar, facto que obrigou à debandada das duas equipas que se protegiam com as mãos na cabeça. Este incidente obrigou Frei Henrique a interromper o jogo durante cerca de 15 minutos a fim de que fosse mantida a ordem e recolhidas as setas caídas no terreno de jogo.

Retomado o jogo, a bola é novamente colocada ao centro, e Bartolomeu Dias dribla um tupi, outro e mais outro, centra para Cabral que por sua vez passa para o Simão de Pina que de calcanhar enfia a bola por baixo das pernas do goleiro da equipa tupi. Era o empate e agora foi a vez da claque da armada festejar entusiasticamente a alegria do golo. A um sinal de alguém da assistência, uma das 12 naus ancoradas ao largo, arremessa para o mar uma bombarda que ecoou pela praia, ferindo os tímpanos dos jogadores e das claques.

A jogada seguinte, iniciada por Guaraci, seria, talvez, a melhor jogada do encontro, não fosse ter resultado na saída em padiola de um seu colega de equipa, o Araquém, que, centrando brilhantemente para Jaci, este devolve com um pontapé potente para o mesmo Araquém que não pôde evitar receber a bola nas vergonhas, caindo inerte na areia, sendo imediatamente levado para fora do terreno de jogo e socorrido por um dentista que logo tratou de o massajar nas partes lesionadas. Com grande resultado, diga-se de passagem, pois Araquém veio a si numa fracção de segundos.

Dado o adiantado da hora, o árbitro deu por terminado o encontro que se saldou num empate a um golo e num gesto significativo que tanto sensibilizou a equipa tupi e a sua claque, o Viajante Virtual dono da bola, ofereceu-a ao capitão tupi que, emocionado, retribuiu com um par de maracas.

Aquela bola de futebol irá ficar para sempre na Terra de Vera Cruz, e algo nos diz que os tupis farão bom uso dela.

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Amanhã é a vez do amigo Marcos Fontelles, comentarista constante de O tempo e o placar..., mostrar da visão de torcedor como assistiu ao Flamengo e Botafogo que acontecerá logo mais, no Maracanã, na final da Taça Rio.

sábado, 18 de abril de 2009

Imune aos olhos da arbitragem



No primeiro jogo entre Corínthians e São Paulo na semifinal do Campeonato Paulista, dois lances do lado corintiano chamaram atenção. Não, este que vos escreve não se refere aos dois gols que sacramentaram a vitória por 2 a 1 do Timão sobre o tricolor paulista. O primeiro já foi apresentado terça-feira aqui neste O tempo e o placar..., na crônica Aqui se comemora, aqui se julga - a comemoração controversa de Cristian após marcar o gol da virada do time do Parque São Jorge.

A segunda vem da conduta do árbitro Salvio Spinola diante de uma jogada ríspida no início de partida. Aos seis minutos de jogo, um corintiano deu uma sola violenta num jogador são-paulino. Mesmo com a entrada digna de expulsão, o árbitro o puniu com um cartão amarelo.

O lance poderia ser somente um momento banal de um clássico bem disputado. "Poderia", se o responsável pela sola não fosse Ronaldo. Cronistas esportivos de todo país levantaram a bandeira de que a jogada não terminou em cartão vermelho porque se trata do Fenômeno, craque com excelente trajetória no futebol e que não tem dentre suas características o fato de ser violento.

Eis a questão: Ronaldo não é punido com a mesma severidade que determinados jogadores porque sua fama de jogador sem violência ajuda a evitar que ele vá mais cedo pro chuveiro? Este "crédito" a atletas considerados disciplinados já vem de algum tempo.

Zagueiro de destaque no final dos anos 90, o paraguaio Gamarra também teve passagens em gramados brasileiros vestindo as camisas de Corínthians e Flamengo. Além de excelente beque, o jogador tinha destaque por sempre conseguir neutralizar as jogadas sem recorrer a faltas - chegou a ficar anos sem ter uma falta sequer apontada pela arbitragem. No entanto, nas partidas que disputava no Brasil, invariavelmente podia-se ver Gamarra esticando os braços na área para interromper tentativas adversárias. Em todas elas, o árbitro fazia vista grossa.

Depois de Gamarra, agora ao final dos anos 2000 Ronaldo parece ser o novo "imune" aos olhos da arbitragem. Bem, ao menos se, depois da celeuma criada em torno da atitude de Salvio Spinola não faça o árbitro do jogo de volta entre São Paulo e Corínthians não se sinta pressionado a dar um jeito de retirar o atacante de campo. Mesmo que seja somente para se mostrar uma "exceção" na Federação Paulista de Futebol.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

O desafio de manter um sonho



O primeiro sonho que o Botafogo construía neste mês de abril acabou ontem nas penalidades máximas. O alvinegro conseguiu aos 47 minutos do segundo tempo fazer 2 a 1 sobre o Americano e levar a busca pela vaga na Copa do Brasil para as cobranças de pênaltis. E lá, o herói do segundo gol e disparado o melhor atleta alvinegro se tornou o responsável pela saída do time na Copa do Brasil, desperdiçando o primeiro pênalti botafoguense. Ao final, o time de Campos venceu a disputa por 5 a 4 e causou a desclassificação prematura da equipe de General Severiano na Copa do Brasil.

Com a simultaneidade de competições, coincidiu de o Botafogo ter pela frente quatro jogos importantíssimos num curto espaço de tempo. Na semana passada, a equipe foi mal no meio de semana, mas encontrou um ótimo resultado no sábado. No primeiro jogo da segunda fase da Copa do Brasil, o time perdeu, de virada, para o Americano, por 2 a 1. O resultado negativo na competição nacional mexeu com os brios botafoguenses, que entraram com empenho na semifinal do Campeonato Estadual e venceram o Vasco por 4 a 0, no Maracanã.

A boa partida do fim de semana animou a torcida para ir ontem ao Engenhão. O gol de Juninho na primeira etapa (após uma bela jogada na qual o zagueiro apareceu como "elemento surpresa") foi um início promissor. No entanto, a defesa apresentou sucessivas falhas (em especial através de Fahel, disparado o pior do Botafogo ontem) e cedeu o empate ao Americano - conseguido através dos pés de Kieza. No desespero de gols perdidos, Maicosuel encontrou uma excelente jogada individual e levou o jogo para os pênaltis.

Sim, é verdade que a máxima "pênalti é loteria" é válida. No entanto, não é válido que o camisa 10 alvinegro faça uma paradinha tão esquisita quanto a da primeira cobrança após o tempo normal. O Botafogo acabou pagando caro, com a cobrança de Maicosuel acertando a trave e, mesmo convertendo as demais cobranças, o time foi superado nos pênaltis.

Este sonho alvinegro de abril acabou graças a uma trave. Agora, resta a Ney Franco tentar motivar seus comandados com a ideia de que ainda não acabou, e o Botafogo pode ainda neste mês realizar o feito de voltar a ser campeão carioca. Para isto, basta o título da Taça Rio, a ser disputado no domingo diante do Flamengo.

Aliás, há uma diferença considerável em relação à Copa do Brasil: caso o time deixe escapar o segundo turno, ainda há chance de o título vir no início de maio. Só que os jogadores do Botafogo sabem que a torcida alvinegra deseja o mais cedo possível que este sonho se torne realidade.

Para explicar situações esdrúxulas envolvendo a equipe de General Severiano, o escritor Stanislaw Ponte Preta criou a máxima "tem coisas que só acontecem ao Botafogo". Uma delas aconteceu, de maneira negativa, contra o Americano na Copa do Brasil. Os botafoguenses esperam que a próxima "coisa" seja a conquista do título do Campeonato Estadual.

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BOLA PRO MATO

O destempero de Thiago Neves ao acertar a bola no gandula ontem no estádio Mangueirão refletiu o quanto o Fluminense está nervoso. O gol de Fred a cinco minutos do fim diminuiu a diferença para uma derrota por 2 a 1 diante do Águia de Marabá. Quem sabe com a necessidade de vencer os paraenses pela diferença mínima no jogo de volta faça com que os ânimos fiquem menos exaltados nas quatro linhas tricolores.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Classificação em "campo minado"



Com dois gols de Rodrigo Pimpão e um de Alan Kardec, o Vasco derrotou o Central, de Caruaru, no Estádio Luiz José de Lacerda e eliminou a realização de uma segunda partida nesta fase da Copa do Brasil. A vitória por 3 a 0 em Pernambuco mostrou também a superação do time de Dorival Júnior, que além do Central teve de enfrentar um gramado que era um verdadeiro "campo minado", tal era a péssima condição do Lacerdão.

Depois de ser eliminado da semifinal da Taça Rio com uma goleada por 4 a 0 para o Botafogo, o Vasco entrou em campo com sua força máxima (com os desfalques do zagueiro Fernando e do meia Jéferson, ambos contundidos) e disposto a conseguir a classificação para a próxima fase na Copa do Brasil logo de cara. Nos primeiros minutos, a impressão era de que jogo acontecia no Rio de Janeiro, pois o time de Caruaru tendia a se recuar. O primeiro chute do jogo veio de Enrico, aos três. Um minuto depois, o goleiro Davi saiu mal e jogou a bola nos pés de Carlos Alberto, mas o camisa 19 não conseguiu aproveitar. Aos cinco e aos seis, o time de São Januário teve cobranças de falta a seu favor. Em uma, Paulo Sérgio acertou a barreira, e na outra, o cruzamento foi rechaçado pelo goleiro Davi.

O Central chegou perto da área somente aos oito minutos. Depois de escanteio cedido por Leonardo, Tiago evitou gol olímpico de Aílton. O meia teve uma segunda oportunidade em córner, mas o lance foi interrompido por causa de falta sobre o goleiro vascaíno. Aos nove, a equipe pernambucana teve nova tentativa no ataque quando Russo tentou achar Fábio Silva na área, mas Tiago se antecipou ao lance.

Embora tivesse maior posse de bola nos primeiros 15 minutos, o Vasco pouco chegava no gol de Davi. O segundo chute do time na partida, tentado por Nílton, passou longe. Enquanto isto, o Central tentava as jogadas principalmente no lado direito, com Russo - a marcação vascaína geralmente recorria às faltas para evitar a chegada do time de Caruaru na área.

Aos 20, veio a primeira grande defesa de Davi. Paulo Sérgio arriscou de fora da área e o goleiro espalmou para escanteio. Também de fora da área veio nova chance de Nilton, em uma cobrança de falta que foi para fora, aos 26. Talvez em virtude das más condições do Lacerdão, o jogo permanecia truncado no primeiro tempo.

Faltando 15 minutos para o fim, a má condição do gramado gerou uma confusão na disputa de bola perto da área do Vasco, que terminou em falta de Carlos Alberto em Danilo. Na cobrança, Aílton chutou à direita do gol de Tiago.

Na reta final do primeiro tempo, os vascaínos tiveram oportunidades de abrir o placar. A primeira chance veio aos 32, com Carlos Alberto. O camisa 19 entrou na área, se livrou de um marcador e, com o goleiro batido chutou por cima. A bola ia entrando, mas Russo tirou em cima da linha. Três minutos depois, Nilton chutou da meia-lua, à direita de Davi. Com 38 minutos, Paulo Sérgio levantou bola na área e Leonardo obrigou Davi a espalmar para escanteio. A cinco minutos do fim, Carlos Alberto passou para Rodrigo Pimpão, que entrou na área e chutou, da direita, para nova defesa de Davi.

E, aos 44 minutos, o Vasco chegou ao seu primeiro gol. Num contra-ataque, Rodrigo Pimpão recebeu na esquerda, foi com a bola até o meio e, de fora da área, chutou à direita de Davi, fazendo 1 a 0 para a equipe vascaína em Caruaru.

As duas equipes voltaram sem alterações para o segundo tempo, mas o Vasco mudou de postura em relação ao início de partida. Vieram tentativas de cruzamento para a área logo no primeiro minuto, e, com um minuto e meio Ramón acertou um ótimo chute de fora da área, que obrigou Ramón a espalmar para escanteio.

Aos três, Fábio Silva recebeu passe de Mácio na área e tocou para o fundo das redes. A torcida de Caruaru vibrou, mas o gol foi anulado corretamente por impedimento do atacante. No minuto seguinte, Paulo Sérgio deixou Carlos Alberto na frente do gol, mas se enrolou com a bola e perdeu a chance de marcar o segundo do Vasco na noite. Aos oito, Rodrigo Pimpão tentou dentro da área, mas pegou muito embaixo e isolou a bola. Em seguida, Carlos Alberto teve nova chance de marcar, mas esbarrou em seu preciosismo e desperdiçou a oportunidade.

Com nove minutos do segundo tempo, o técnico Roberto de Jesus fez sua primeira alteração no jogo. O meia Danilo saiu para a entrada de Buiú. O reserva disse que, com isto, Cláudio passaria a atuar no meio-de-campo.

Mas o gol acabou saindo do lado carioca. Carlos Alberto iniciou jogada no meio-de-campo e passou para Élton. O camisa 9 cruzou rasteiro na área e Rodrigo Pimpão se antecipou a Sidney para colocar a bola no fundo das redes. Vasco 2 a 0, aos 13.

Três minutos depois, foram realizadas duas substituições para cada lado. No Central, entraram Edu Xiquita e Ighor respectivamente nos lugares de César Baiano e Cláudio. Dorival Júnior colocou em campo Alan Kardec e Léo Lima e retirou Élton e Enrico, respectivamente.

Aos 21 minutos, Rodrigo Pimpão buscou jogada na esquerda e serviu Carlos Alberto. O camisa 19 deu um bom chute da intermediária, que mais uma vez parou nas mãos de Davi. Através dos pés do capitão vascaíno, Alan Kardec teve sua primeira chance no jogo, mas ao chutar, a bola saiu fraquinha. No lance seguinte, Buiú teve uma chance de diminuir para o Central, mas também concluiu mal.

E aos 25, o Vasco encontrou mais uma vez o caminho do gol no Lacerdão. Rodrigo Pimpão tentou jogada na linha de fundo e recuou para Paulo Sérgio. O lateral cruzou da direita para uma cabeçada certeira de Alan Kardec. 3 a 0 Vasco.

Aos 28 minutos, Dorival Júnior fez sua última substituição, com interesse de manter a vantagem. Carlos Alberto foi substituído pelo volante Mateus. Dois minutos depois, Edu Xiquita entrou livre na área, mas ao tentar concluir, a zaga do Vasco interceptou a jogada. Buiú teve outra chance de marcar para o Central, mas seu chute passou por cima do travessão. A esta altura, muitos jogadores do time pernambucano tinham ido embora do estádio, frustrados com o 3 a 0 que a "Patativa do Agreste" estava sofrendo.

O Vasco administrava o resultado, procurando prender a bola ao máximo - especialmente através dos pés de Léo Lima, que algumas vezes parecia que entrara em campo dispersivo em relação ao jogo. O Central vez ou outra investia em uma jogada, mas esbarrava em suas próprias limitações.

Aos 39, Paulo Sérgio cruzou na área para Alan Kardec, mas Davi dividiu com o atacante e conseguiu evitar o gol. No minuto seguinte, Tiago saiu mal da área e deixou o gol vazio para Fábio Silva. Mas, na hora do atacante finalizar, o goleiro conseguiu retornar a tempo de salvar o Vasco de levar o primeiro gol do Central.

A três minutos do fim, Mateus tocou para Rodrigo Pimpão próximo da área. O camisa 11 jogou para o meio e arriscou, mas a bola passou à esquerda. Aos 43, Pimpão deu passe para Alan Kardec, mas o atacante se atrapalhou com a bola na hora de concluir.

Nos acréscimos, Mácio deu um empurrão em Nílton, que saiu de campo machucado. O árbitro Arilson Bispo da Anunciação aproveitou o momento para encerrar a partida. Agora, o Vasco espera o vencedor do confronto entre Icasa, do Ceará, e Confiança, de Sergipe (o primeiro confronto terminou em 0 a 0, no Ceará), para saber qual o próximo "campo minado" que terá pela frente no caminho da Copa do Brasil.

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CENTRAL (PE) 0x3 VASCO

Estádio: Luiz José de Lacerda, o Lacerdão (em Pernambuco)

Árbitro: Arilson Bispo da Anunciação (da Bahia).

Público: 5.121 pagantes

Gols: Rodrigo Pimpão aos 44 minutos do primeiro tempo, Rodrigo Pimpão aos 13 e Alan Kardec aos 25 minutos do segundo tempo.

Cartões amarelos: César Baiano, Danilo, Bebeto (Central), Paulo Sérgio e Rodrigo Pimpão (Vasco).

CENTRAL: Davi, Russo, Sidney, Bebeto e Adeílton; César Baiano (Edu Xiquita), Mácio, Ailton e Danilo (Buiú); Claudio (Ighor) e Fábio Silva. Técnico: Roberto de Jesus.

VASCO: Tiago, Paulo Sérgio, Leonardo, Titi e Ramón; Amaral, Nílton, Enrico (Léo Lima) e Carlos Alberto (Mateus); Rodrigo Pimpão e Élton (Alan Kardec). Técnico: Dorival Júnior.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Time de tradição?



Num cenário futebolístico no qual, antes de partidas decisivas, as equipes pregam o respeito ao adversário, uma declaração que soe como provocativa pode trazer estragos para o provocador. Dirigentes, treinadores e jogadores deixam as provocações para a arquibancada, na intenção de que o futebol se restrinja ao campo.

No entanto, duas declarações depreciativas ao Flamengo tiveram ecos na parte de futebol da equipe. A primeira, às vésperas da semifinal da Taça Rio, quando o presidente do Fluminense afirmou que o rubro-negro "treme em Fla-Flu". Com a vitória flamenguista por 1 a 0 no domingo, a declaração de Roberto Horcades foi considerada uma das culpadas pela prematura eliminação tricolor, e quem defendeu esta tese foi o camisa 10 da equipe, Thiago Neves, causando um princípio de mal estar nas Laranjeiras. Horcades, por sinal, mostrou com esta provocação que não só é aliado político de Eurico Miranda como também segue o estilo do ex-ditador vascaíno - conhecido por frases bombásticas destinadas ao Flamengo ("prefiro ganhar do Flamengo a ter um orgasmo" ou "já comprei o chope pra comemorar"). Frases que seriam abafadas em campo pelo adversário.

A outra declaração veio de dentro da Gávea. Na final da Taça Guanabara, entre Botafogo e Resende, a torcida do time de General Severiano gritou "vice é o Cuca", em alusão ao fato de, quando ele dirigiu a equipe, o Botafogo foi vice-campeão do Estadual em dois anos consecutivos (2007 e 2008), ambos para o Flamengo. Agora, com ele à frente do comando flamenguista, o "estigma" de vice passaria para o outro lado. Uma provocação das arquibancadas, mas que o estilo temperamental de Cuca fez com que ela ganhasse uma dimensão maior do que merecia.

Nesta semana, o técnico falou em entrevista que estava muito sentido com a torcida botafoguense, e aproveitou para enaltecer a "nação" rubro-negra. Novamente, com o intuito de mexer com os brios da torcida e fazer com que a vontade de derrotar o rival chegue ainda mais forte aos jogadores que estarão em campo no próximo dia 19.

Mas, como apontou bem hoje Fernando Calazans no jornal O Globo, pressupõe-se que o triunfo do Flamengo sobre o Fluminense não ocorreu somente em função das declarações antes do jogo. Futebol se ganha em campo, e não através de uma ou outra fala, em especial antes da partida.

Cantado por sua torcida como "time de tradição", o rubro-negro carioca teria, então, trunfos em campo para vencer um campeonato. A afirmação de Thiago Neves e a incitação criada por Cuca somente desmerecem o Flamengo, e fazem a torcida brasileira desconfiar se a tradição flamenguista é somente movida por um orgulho ferido diante de provocações adversárias.

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BOLA PRO MATO

Por que cargas d'água ainda dão trela para declarações de Eurico Miranda sobre qualquer coisa que aconteça ao Vasco? Por acaso ele criou a profissão de ex-presidente e comentarista oficial de gestões atuais de clubes? Se esta moda pega...

terça-feira, 14 de abril de 2009

Aqui se comemora, aqui se julga



Conforme o amigo e praticamente coautor de O tempo e o placar... Marcos Fontelles apontou em um dos comentários do post passado, o herói corintiano da virada sobre o São Paulo (no jogo de anteontem pela semifinal do Campeonato Paulista) apresentou um jeito controverso de comemorar seu gol. Ao garantir a vitória por 2 a 1 do Timão, o jogador fez gestos obscenos na direção da torcida são-paulina.

Além de ganhar a hostilidade do São Paulo, Christian pode ser suspenso por até 10 partidas, mesmo com o árbitro não relatando na súmula de sua atitude. Atualmente, muitos jogadores são julgados e condenados por lances ocorridos fora do alcance do olhar de juiz e bandeirinhas.

Este tipo de gesto não é tão novo no cenário do futebol brasileiro. Nos últimos tempos, as provocações das torcidas passaram a ser transmitidas para os jogadores. Em vez de comemorarem com torcedores do clube que eles defendem, eles decidem se dirigir ao torcedor adversário, para fazer um tipo de provocação ofensiva, que semeia ainda mais a rixa futebolística. Caso do Créu, funk que poluiu as rádios do país e cuja coreografia foi reproduzida em campo na comemoração de jogadores como Thiago Neves (do Fluminense) e Souza (na época no Flamengo) no Estadual do Rio de Janeiro no ano passado.



No entanto, algumas vezes esta maneira desagradável de ir em direção à torcida ocorre em outros lances que não a comemoração de um gol. Foi assim em 1995. Formando o "ataque dos sonhos" do Flamengo ao lado de Romário e Sávio, o atacante Edmundo retribuiu uma provocação de torcedores do Vasco de uma forma bem baixa (mostrada na foto ao lado).


A torcida vascaína também foi alvo de uma ofensa gestual de outro atacante de destaque nos anos 90. E com um dado curioso: desta vez, quando ele vestia a camisa cruzmaltina. No ano de 2002, ao final de um jogo no qual o Vasco venceu o Bangu por 5 a 1, Romário respondeu aos gritos hostis da Força Jovem com o mesmo gesto que, domingo, Christian fez para a torcida do São Paulo.




Por acasos do atual futebol (que traz um constante troca-troca de jogadores entre os clubes), Edmundo e Romário acabaram voltando a jogar no Vasco - recebendo o carinho da torcida e trazendo títulos importantes para o time de São Januário. Com Edmundo, o Vasco ganhou seu terceiro título Brasileiro, em 1997, que credenciou a equipe a disputar a Taça Libertadores no ano do centenário (torneio do qual o Vasco seria campeão, mas sem Edmundo no elenco). Ele tornaria a vestir a camisa cruzmaltina em outras oportunidades - 1999, 2003 e 2008 - mas sem o mesmo sucesso. Com Romário, vieram para o Vasco os títulos das Copas Mercosul e João Havelange. Através da camisa 11 vascaína, Romário recebeu alguns prêmios de artilheiro, e o milésimo gol na carreira aconteceu com a camisa do clube pelo qual iniciou sua trajetória, e em São Januário.

Com as tantas idas e vindas do futebol brasileiro, Christian deveria tomar cuidado. Quem sabe se amanhã ele não se torna um jogador do tricolor paulista? A torcida do São Paulo irá apagar a "comemoração" dele na vitória do Corínthians por 2 a 1? No Brasil, todas as torcidas trazem uma grande certeza: aqui se comemora, aqui se julga.

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Obrigado, Marcos, por mais uma coautoria. O tempo e o placar... agradece.