quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Retaliações criativas



Não chegou a completar um mês da chegada do meia Deco ao Fluminense, e já vêm as primeiras críticas à maneira como ele chegou ao clube. A primeira alternativa de Muricy Ramalho foi trocar o 3-5-2 pelo esquema 4-4-2. Entretanto, nas partidas em que o treinador usou esta formação tática, o tricolor teve más atuações, e teve uma sequência de resultados fracos.

A crítica esportiva creditou esta piora no desempenho à mudança no esquema, alegando que o Fluminense ficou mais exposto defensivamente. Foi assim que o time das Laranjeiras acabou entrando numa situação contraditória, apontada por Tostão em sua crônica de hoje na Folha de S. Paulo. Numa época em que o Brasil começa a rever seus conceitos defensivos que estiveram em campo pelo menos nos quatro anos em que Dunga esteve no comando da Seleção Brasileira, é irônico que a mesma imprensa que quer criatividade exija que Muricy Ramalho sacrifique Conca ou Deco em prol de não tomar gols.

É bem verdade que Deco ainda não está voando em campo com a camisa tricolor (embora esteja em melhor forma que outros medalhões dos adversários cariocas, casos de Felipe, do Vasco, e de Renato Abreu, do Flamengo). No entanto, a entrada do camisa 20 na equipe titular traz dois benefícios. Além de acrescentar muita criatividade ao time, a entrada dele faz com que Conca não fique sobrecarregado na criação de jogadas - problema crônico no Fluminense desde que o argentino chegou ao clube.

A esperança é de que Muricy Ramalho não se deixe levar pelos tropeços que virão no Campeonato Brasileiro, e continue a bancar a escalação da dupla de armadores. Seria um alento para o futebol nacional que pelo menos uma das equipes que surgem como candidatas ao título não fique se preocupando somente em "não perder".

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