sábado, 25 de setembro de 2010

Mesmos caminhos





Em uma semana, Dorival Júnior caiu 11 posições no Campeonato Brasileiro. De um Santos que ainda consegue alimentar esperanças do título - através do qual o clube teria também a "Tríplice Coroa", ao lado das conquistas do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil - o treinador foi parar no Atlético Mineiro, que talvez viva sua campanha mais frustrante na história do torneio. Os contextos são diferentes, mas em alguns caminhos, Atlético e Santos parecem bem próximos - e não somente porque em ambos os clubes ele sucedeu Vanderlei Luxemburgo.

No clube paulista, Dorival não foi páreo para o estrelismo que girou em torno de Neymar. Sua nova equipe não chega a ter um destaque com tantos holofotes quanto o atacante santista, mas traz um grupo formado por jogadores de nome, dos quais torcida, dirigentes e a crítica esportiva esperavam muito para o Campeonato Brasileiro. O treinador vai conseguir lidar com os egos de jogadores temperamentais como o goleiro Fábio Costa, o atacante Diego Tardelli e, principalmente, o instável Diego Souza?

O Santos pena com rixas políticas em sua diretoria, e elas refletem nos resultados de dentro do gramado - e isto não fica restrito às saídas de "Meninos da Vila" para o exterior. Dorival foi apenas mais um a sofrer a consequência do destempero da presidência santista.

Mas a conduta de Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro não parece tão distante de Alexandre Kalil. Enquanto o atual presidente santista quer posar de mandatário protecionista num populismo não muito convincente (por que manter Neymar e deixar de lado jogadores mais importantes para o Santos, como o meia Wesley e o atacante André?), o presidente atleticano usa um tom mais raivoso, com discursos que falam em vigiar a vida noturna e até bater nos atletas de seu clube.

Diante de tantas semelhanças entre o anterior e o atual time que está comandando, a saída de Dorival Júnior pode ser uma receita bastante corriqueira: investir em jogadores formados na base. Resta saber se, para seguir este caminho no Atlético Mineiro, o treinador verá qual coincidência da diretoria atleticana com a presidência santista acontecerá neste restante de temporada.

O grato desejo de proteger os bons valores que surgem nas divisões de base ou a abominável conduta de um presidente intervir a torto e a direito na escalação da equipe de futebol. Sim, é bem verdade que os atleticanos investiram pesado para montar a equipe do Campeonato Brasileiro de 2010, e eles precisam ter um retorno dentro do gramado. Mas talvez não seja através dela que venha um caminho menos acidentado do Galo na competição.

Um comentário:

Fluzão Eterno disse...

Já adicionei o seu blog tambem,um grande abraço e muito obrigado pela parceria